sexta-feira, 11 de maio de 2018

Estudo para Idunna


Oi pessoal!



Recentemente eu fiz um estudo para uma futura pintura. Trata-se da deusa nórdica Idunna, a deusa da juventude, esposa de Bragi e guardiã das maçãs douradas da imortalidade e juventude dos deuses.




Já tinha um tempo que eu estava procurando uma modelo para essa pintura. Ela precisava ser uma moça mais jovem e loira. Assim, a minha amiga Marguit posou para mim e fizemos um ensaio de Chapeuzinho Vermelho e de Idunna. Essas fotos me renderam por enquanto 3 pinturas. Uma outra está nesse momento em andamento e claro, esse estudo sobre a qual é o assunto da postagem é uma ideia inicial para um quadro que pretendo fazer no próximo semestre.









Esse estudo foi feito numa tela bem pequena de 30x15cm, um formato um pouco diferente do tradicional por ser mais comprido.  A vantagem é que essa forma possibilitou trabalhar melhor o fundo. A personagem simula a entrega das maças e ela está sentada no tronco torto de um freixo.




Para esse fundo eu utilizei um pouco da técnica impressionista, que é mais colorida e com pinceladas mais soltas, que acho bem propícia para natureza. Eu tenho gostado de utilizar a técnica colorida para plano de fundo, porém levando em consideração a perspectiva atmosférica.




Foram diferentes texturas utilizadas nessa composição piramidal. Além da pele, teve os longos cabelos, o tecido da roupa, a pele de coloração creme, o tronco, a folhagem e a grama. Para um quadro pequenino, ele foi bem trabalhoso.





Cores usadas: 
Brando de titânio (Rembrandt)
Sombra queimada (Winton)
Amarelo ocre (Winsor and Newton)
Vermelho da China (Corfix)
Terra de Siena (Pebeo)
Preto (Corfix)
Alizarim Crimson (Gamblin)
Violeta dioxazine (Gamblin 1980)
Azul ultramar (Pebeo)
Terra verde (Pebeo)
Terra verde (Rembrandt)
Raw Umber (Weber)


sexta-feira, 20 de abril de 2018

Minha experiência com óleo da Pebeo

Oi pessoal!




Eu vim fazer uma postagem hoje um pouco comprometedora. Trata-se da minha experiência com a tinta óleo Pebeo. Eu fiquei até um pouco receosa de fazer essa postagem e por acaso algum representante da marca acessar isso e vir me encher o saco. No entanto meu blog está há anos luz de ser famoso e não sou nenhuma influenciadora.


Devem ter 3 anos que eu fiz aula de pintura impressionista, onde a gama de cores é bem maior que a paleta da pintura acadêmica. Eu precisava então comprar 5 cores a mais. Na falta da grana eu não pude comprar Winton (que é a tinta boa que é disponibilizada na loja física da minha cidade). Haviam as marcas Gato Preto, Acrilex, Corfix e Pebeo. Seguindo aquele senso comum de que tintas importadas tem melhor qualidade que tinta nacional, eu levei as 5 cores. Eu imaginava que a Pebeo não tivesse a mesma qualidade que a Winton, mas pensei que pudesse ser melhor que Corfix e principalmente Gato Preto e Acrilex.

(sim, eu sei que elas estão feinhas, hahaha)

As cores compradas foram: Terra de Siena, Siena Queimada, Terra Verde, Azul Ultramar e o Violeta Dioxazine. Essas cores me foram até úteis, embora eu preferia que a indústria de materiais artísticos ainda disponibilizasse aquelas embalagens menores. Em primeiro lugar porque a qualidade da Pebeo, pelo menos na minha experiência, deixou muito a desejar. Segundo porque a gente acaba pagando mais caro e muitas vezes o tubo nunca acaba. Eu ao menos consegui comprar duas cores do tubo pequeno que sobraram na loja, hoje elas nem são mais fabricadas.


Eu achei a tinta bem oleosa e pouco pigmentada. O que não é nada bom. Para ser sincera a Corfix é melhor. As duas tintas com pigmentos terrosos até são meio grosseiras. Ao menos a marca disponibiliza o pigmento usado, exemplo: a Violeta Dioxazine é feita com o pigmento PV23 apenas. Também outra coisa boa é que ela recebe o selo AP da ACMI, que assegura que a tinta não é toxica, ou não é tão toxica.


Pois bem pessoal, agora uma coisa que eu vou dizer que é realmente triste: um quadro meu onde eu utilizei as 5 cores da Pebeo acabou escurecendo com o tempo. Triste, não é?! Esse tipo de coisa eu não tinha visto acontecer com outras tintas, apenas com uma Flake White HUE (uma imitação de branco de chumbo feita com a mistura de titânio e zinco). A marca surgiu em 1919, mas pelo visto esses quase 100 anos de existência não foram parâmetros.


Longe de mim indicar comprar Gato Preto e Acrilex, embora a Pebeo não fique muito longe disso. Só quero deixar minha experiência para vocês refletirem na hora de comprar suas tintas e darem preferência para algo melhor.

terça-feira, 10 de abril de 2018

O Tritão - 2017


Oi pessoal!


Eu fechei o ano de 2017 com um estudo, porém um estudo que gostei tanto que acabei emoldurando. A gente que é artista não tem dinheiro pra nada e molduras custam caro. Logo da pra perceber que eu realmente gostei do resultado!


Nessas horas é que a gente percebe que temos que tomar cuidado com certos materiais improvisados, pois um teste ou estudo pode ser tornar algo bom. Portanto é melhor fazer pinturas com materiais melhores. O que eu quero dizer é que eu tenho uma verdadeira mania de reciclagem e aproveitar painéis de MDF e compensados para pintar. É claro que eu faço todo aquele processo de preparação com gesso acrílico. Esse estudo foi feito em um desses painéis que provavelmente há alguns anos devia ser um pedaço de uma mesa de computador.




A história dessa pintura foi a seguinte: já faz tempo que eu consigo identificar qualidade nas tintas óleo e também suas diferenças entre as tintas nacionais baratas que temos por aí. A escolha de materiais de qualidade não é aleatória, há motivos pelos quais a gente prefere usar uma Rembrandt que uma Gato Preto. Assim sendo eu queria fazer uma postagem no blog fazendo comparativos em uma pintura feita com tintas nacionais.


Como eu iria usar tintas nacionais para apenas um estudo, não me importei em usar o MDF preparado. Eu decidi fazer uma pintura com temática marinha, pois amo “sereismo”. Além de usar o corpo masculino, que quase não exploro. Nem todas as cores que usei foram nacionais, pois muitas das tintas baratinhas que eu tinha foram doadas e outras acabaram, tive que, por exemplo, usar o ocre da linha profissional da Winsor e Newton , já que não tinha mais ocre nacional. Digamos que o quadro deve ter sido pintado por pelo menos 20% com essas tintas baratinhas.


O que eu poderia imaginar aconteceu. As camadas feitas com as tintas nacionais ficavam bem mais transparentes que nas pinturas que faço com tintas melhores. Era necessário fazer mais camadas. Tudo bem que eu trabalho com muitas camadas, mas nesse caso eu tive que fazer o rosto muitas vezes e o desenho na tela acabava aparecendo e não queria cobrir.


Outra coisa importante de deixar claro é a falta de pigmentação. Por conta do preço dos pigmentos de qualidade, é inviável, por exemplo, a Acrilex fabricar suas tintas com pigmento bom e estável e querer cobrar o preço de um pigmento barato. Ainda nesse assunto sobre qualidade de materiais, o mais importante: a secagem! Sim, as tintas nacionais pecam também no quesito de estabilidade. Demorou muito para secar, o que interfere nas camadas. Às vezes a gente precisa que a camada inferior seque quase que totalmente para que se possa passar outra camada superior, logo todo o processo se torna mais lento e no final a gente não tem garantias de que a secagem será segura. Foi sim realmente interessante fazer esse estudo agora que eu tenho uma noção melhor sobre estabilidade dos pigmentos e posso compartilhar com vocês. A gente aprende que até nos estudos é interessante que usemos materiais bons.



Eu falei tanto sobre a falta de qualidade das tintas, porém no final das contas eu gostei da pintura! Como eu já disse, eu pouco exploro o corpo masculino e tenho que fazer isso mais vezes. A pintura fez até sucesso nas moldurarias onde as atendentes me perguntaram se o personagem é meu namorado ou comentários como “que gatão”!


Eu fiquei com medo de que o MDF (ou compensado) onde a pintura foi feita acabasse sendo danificado e esse foi o principal motivo para que eu mandasse emoldurar. Eu peguei uma moldura mais em conta, porém que casasse com o quadro, afinal não dá pra colocar qualquer moldura, isso pode matar sua arte! No final acabei pegando uma cor verde clara puxada para o azul, remetendo ao “sereismo” e temática marítima.




O mar nos acalma e nos faz refletir sobre diversos aspectos da vida, foi assim que pensei em colocar a linha do horizonte no mesmo nível dos olhos do tritão.


As cores usadas foram:
Brando de titânio da Georgial Oil
Amarelo ocre da Winsor and Newton
Cermelho da China da Corfix
Preto da Corfix
Azul da Pússia da Acrilex
Griz de Payne da Gato Preto
Verde Esmeralda da Corfix
Amarelo de Nápoles da Corfix
Cor de Carne Claro 
Sombra Queimada da Winton
Terra de Siena da Pebeo
Azul Ultramar da Pebeo
Vermelion da Van Gogh (na assinatura)

quinta-feira, 15 de março de 2018

Ogiva de fadas


Havia muito tempo que eu estava doida para pintar um dos meus contos de fadas favoritos: Chapeuzinho Vermelho. Sempre imaginei fazer uma pintura não com uma criança, mas com uma adolescente. Pensei muitas vezes em utilizar o macabro para criar efeitos mais dramáticos na obra. Eu adoro imaginar que este é um belo conto de terror.


Um dia minha amiga Marguit veio a Brasília e pudemos fazer um acervo de fotos vestidas de Chapeuzinho Vermelho, para então eu poder fazer as pinturas e seus estudos originais. Infelizmente estava chovendo muito no dia e meus planos de tirar as fotos no parque Olhos d’água foram embora. Tivemos que ensaiar em um ambiente fechado.


Eu utilizo de fotos de minha autoria com modelos que se disponibilizam para posar. Já fiz um acervo deste com alguns modelos e dentre eles eu pintei 3 pessoas. Portanto, quem quiser aí colaborar comigo, seja bem vindo!


Nesta pintura eu quis ressaltar um aspecto não macabro, mas sim possuir um ar medieval e ao mesmo tempo fantasioso, mas com um pouco de pé no chão. Diferente de usar um lobo gigante e negro, eu preferi optar por um lobo de verdade e cinza. Para uma atmosfera medieval, além da roupa, eu utilizei uma borda dourada em formato de ogivas. Remetendo então ao dourado as iluminuras bizantinas e as ogivas da arquitetura da época tanto presente das catedrais e janelas. Para isso foi utilizada a folha de ouro. Esta foi a minha primeira experiência com o material. 


Da ogiva que veio o nome: "Ogiva de fadas", remetendo então ao medieval presente nos contos de nossa infância como uma verdadeira fã do período histórico. 


A imagem possui três planos: a Chapeuzinho, o tronco onde o lobo está subindo e o fundo da floresta, essa ultima com um ar mais fantasioso e nebuloso onde as árvores aparecem como listras claras num fundo escuro remetendo a uma atmosfera mais dramática e melancólica. 






Eu utilizei a imprimatura avermelhada (mistura de red light com sombra queimada) e as cores utilizadas na pintura foram: 
Flake white da Winsor and Newton
Ocre da Rembrandt 
Sombra queimada da Gamblin
Vermelion da Van Gogh
Preto da Corfix
Raw sienna da Pebeo
Terra verde da Rembrandt
Alizarim Crimson da Gamblin
Azul ultramar da Pebeo
Paynes Gray da Corfix


Hoje eu estou pintando um outro quadro da Marguit e quando ele ficar pronto, eu venho aqui para mostrar para vocês!



quarta-feira, 7 de março de 2018

Minhas últimas compras de materiais em arte


Oi Pessoal!



Mais um ano se passa e eu venho aqui dizer que eu não abandonei o blog. O ano de 2017 foi uma correria pra mim. Eu formei em Arquitetura e não tive tempo nem para cagar (brincadeiras a parte).
Até que consegui produzir poucas coisas e em breve elas serão postadas. 


A postagem de hoje é sobre minhas compras de materiais em arte nos Estados Unidos. Eu não me recordo exatamente o preço de cada produto, mas imagino que no site da Blick deve ter os preços. Blick: guardem bem esse nome caso você resolva comprar materiais artísticos por lá.

Podem acessar o site:  https://www.dickblick.com/ 

Obviamente eu não entrei apenas nessa loja e imagino que devem ter outras muitas. Porém esse foi o local que achei mais organizado e com preços mais em conta. Haviam MUITOS produtos em promoção.


Em 2012 eu comprei um série de aquarelas da Winsor e Newton, aquelas de 5 ml. Eu inocente acreditando naquele CLICHÊ de estudante de artes: “aquarela boa dura a vida toda”... típico de quem não entende nada de pintura e que só pega seus estojos uma vez na vida e outra na morte. Algumas cores já passaram da metade e além disso, eu também queria experimentar cores novas e difíceis de serem criadas por misturas.



Vamos começar com o que comprei:


Comprei esses dois sabões de pincéis. O que vem no pote foi muito bem recomendado, já o verde eu comprei mais na curiosidade e porque estava baratinho. 




Máscara para aquarela: eu queria a da Sennelier por ser verde e menos difícil da gente confundir com o papel. Só que encontrei apenas da Winsor & Newton. A minha antiga máscara é ainda daquela versão de vidro e tenho minhas dúvidas se ela ainda presta. Essas máscaras sempre são fedorentas e hoje ela está mais fedida que o normal! Ela tem 7 anos e não estão chorando por ela está estragada. Usei bastante e pude aprender bastante com ela. Agora tenho outra para substituir. Porém não vou jogar esse vidro quase "vintage" da W&N fora, haha. 





Esponjas marinhas: eu tenho duas que comprei há 5 anos e ainda estão em bom estado. Na verdade essas esponjas duram um bom tempo! Mas queria experimentar outros tamanhos e texturas. Eu AMO AMO AMO esponjas do mar!



Guache da Winsor & Newton: todos os meus guaches são da Talens e eu sou muito curiosa em marcas difentes. Esse aqui é na cor natural umber (sombra natural). Uma ótima cor para fazer cabelos loiros. 



Dois marcadores da Tombow e um da Blick, a própria loja. Sim, as próprias lojas tem seus materiais. 



Esse pincel de marta tamanho 6 da Renoar M Grumbacher. Tenho gostado muito desse tipo de pêlo para pintura a óleo.



AQUARELAS: uma neutral da W&N (acho que está inclusive saindo de estoque, foi difícil de encontrar), violet dioxazine da Sennelier, Warm gray da Sennelier, Turquoise da Sennelier, burt umber (sombra queimada) da cotman, indigo da cotman, raw sienna (sienna natural) da cotman, vemelhio de cadmio da cotman e o sap green também da cotman. 




Verniz de retoque, um da Utrecht e outro da W&N. Amo muito esse verniz e penso em fazer uma postagem a respeito.



Um Flake White e um Raw Sienna da Williamsburg


Uma tinta purple dioxazine da Gamblin 1980, linha que eu estava curiosa para experimentar!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Minha última pintura de 2016

Foi numa festa medieval em 2012 que eu tirei uma foto linda da Gabriela numa tocha acesa. Eles foram bem espertos de colocar aquilo na festa, pro pessoal fotografar. A imagem ficou linda e eu pensei em pintar um quadro dela.





Um ano depois eu pintei o quadro. Tinha comprado alguns manuais de pintura realista, porém é bem complicado seguir esses manuais sem ajuda de alguém já experiente para te dizer onde você está errando. Se tem uma coisa que muitos amigos artistas vão concordar comigo é que um momento da vida que é muito engraçado é quando  agente olha trabalhos antigos. Eu não sei se dou risada ou se choro por ter tido coragem de mostrar tanta porcaria na internet. A mesma coisa aconteceu com essa pintura. Na época eu achei até legalzinho e tive coragem de publicar aqui no blog.



Poucos meses depois da pintura pronta eu desisti de pintar com óleo. Falei que não era pra mim. Até que eu vi o anúncio da aula de pintura realista lá no Par de Ideias. Conheci o Marcelo, professor do curso. Fiquei nessa aula cerca de 3 anos para pegar as técnicas antigas de pintura tradicional.


Foi no final do ano passado que eu estava vendo minhas pinturas antigas e comecei a rir muito. Achei essa pintura da Gabriela e morri de vergonha, hahahaha. Eu pensei: a foto tão linda merecia uma nova pintura. Preparei uma tela com imprimatura escura e fiz o ebauche marrom com sombra queimada. Eu precisava salvar minha reputação depois de ter visto aquela pintura horrorosa que tinha feito em 2013.


Eu passei mais ou menos 3 semanas pintando o novo quadro da Gabriela, fechei o ano de 2016 salvando minha reputação como pintora, hahaha! Posso dizer que pelo menos depois de um semestre de tcc eu consegui terminar 2016 com uma pintura grande e que eu gostei. Eu sempre quis aprender a pintar de maneira acadêmica e em especial com essa iluminação dramática proveniente do Barroco. Acho que a imprimatura escura é um bom caminho para a pintura com esse jogo dramático de luz e sombra.


Foram muitas camadas no rosto para conseguir um resultado que me agradava. Eu tenho gostado muito do efeito das veladuras opacas na pele, elas realmente fazem a pintura saltar e ter o volume que agradam nossos olhos. Infelizmente essa mão não ficou como eu queria, eu devia ter feito outros estudos de mãos nessa pose, mas gostei das cores.


Concluí semana passada uma outra pintura com iluminação dramática com imprimatura escura. Em breve postarei aqui. Pretendo trabalhar mais vezes o jogo de luz e sombra barroco, fiquei apaixonada por isso!






Para quem tiver interesse, eu estou com uma turma de fundamentos da pintura no Par de Ideias na 112 Norte. Venha conversar com a gente!




Cores usadas:

Sombra queimada, Winton;
Vermelho da China, Corfix;
Ocre, Winsor and Newton;
Branco de titânio, Georgian Oil;
Alizarim Crimson, Gamblin;
Amarelo de cádmio, Winton;
Amarelo limão, Gamblin;
Azul cerúleo, Gamblin (sim, usei no fogo);
Terra de Siena, Pebeo;
Siena queimada, Pebeo;
Preto de marte, Maimeri;

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O segredo - óleo sobre tela

Já tem um tempo que a minha pintura “O segredo” tinha sido exposta no Par de ideias, só que até então eu não tinha tirado uma foto que prestasse. Um dia de tarde eu juntei alguns quadros e a Maísa os fotografou no sol. Até que enfim faço uma postagem sobre dela!

Este quadro foi um trabalho original realizado na aula do Marcelo, que é de pintura realista. A proposta era fazer uma pintura por base de uma foto que eu elaborasse. Eu quis trabalhar com um pouco com a antiguidade greco-romana, afinal essa é a minha primeira pintura clássica! Eu  queria buscar simbolismos, que também era uma temática neoclássica.

Eu tinha visto algumas pinturas do Bouguereau com simbolismos de jarro na ambuiguidade e em outras culturas: algo que guarda segredo, conhecimento, um saber. Eu quis uma figura humana olhando dentro do jarro, tentando descobrir o segredo. Explorar a curiosidade e descobrir o que há la dentro do jarro.  

Tratei de arrumar tecidos brancos para criar uma roupa grega simples. Um primeiro ensaio foi realizado no Parque Olhos D’água, onde pedi para que a Elisa vestisse a roupa grega. Porém as fotos não me agradaram tanto. Eu preferi fazer um teste na luz da manhã e a Ana Beatriz posou para mim no Parque dos Jequitibás aqui em Sobradinho. Eu queria uma composição mais diagonal para maior movimento do olhar.

Selecionei as fotos e preparei a tela como de costume e toda aquela etapa inicial de imprimatura e ebauche colorido foram feitos. Acontece que o Marcelo foi para a França e eu acabei começando uma pintura nova com o Felipe Salsano. Só depois de 3 meses que peguei na pintura outra vez.



Foi este o resultado da pintura! 

Também venho aqui dizer que estou participando da equipe do Par de Ideias como professora de Fundamentos da Pintura e Desenho de Perspectiva e Croqui! Quem se interessar, passe la no ateliê para a gente conversar sobre isso!


As cores usadas foram:

-ivory black (preto) da Gamblin;
-sombra queimada da Gamblin;
-Vermelho de cádmio da Maimeri;
-Ocre da Rembranth;
-Branco de titânio da Rembrandt;
-Alizarin Crimson da Gamblin;
-Azul cerúleo da Gamblin;
-Azul ultramar da Pebeo;
-Terra de Siena da Pebeo;
-Terra de Siena queimada da Pebeo;

-Amarelo de Nápoles da Gamblin;

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Aquarelas novas e minha forma de "armazenamento"

Oi povo lindo!


Como é bom ter tempo de postar aqui! Estava com saudade disso!


Não sou nenhuma expert em aquarela e ainda tenho muito que aprender, no entanto foram 5 anos usando esse material maravilhoso. Pude ver desenvolvimento ao longo desse período. Foram 3 meses de aulas com a Helena e 4 aulas com a Maísa, além de pegar tutoriais em livros e na imensidão da internet. Ainda quero fazer ilustração científica e workshops quando puder (quero dizer: $$$). Eu tenho usado o material para hobby, arte, quadrinhos e para desenho de Arquitetura.



O que posso dizer é que a aquarela, diferente do óleo, é um material doce! Ela é fluida e leve. Foi com ela que eu pude estudar melhor teoria de cor e também desenvolver o que eu poderia chamar de “minha paleta”. Comecei com um joguinho de 12 cores e com elas fui criando minhas misturas. Com o tempo fui adquirindo mais materiais e sentia a necessidade de novas tonalidades, além de ter certas cores já “prontas”. As vezes ter um vermelho ou um roxo já prontinho ajuda muito no processo, haha! Porém, tomem cuidado com as cores que saem puras da embalagem. O bom é a gente sempre fazer misturinhas e ver cores lindas surgindo.



O meu primeiro joguinho foi um estojo de 12 cores da Cotman em pastilhas. Depois que eu entrei na aula, quis economizar essas aquarelas e comprei um estojo da Pentel, tinta mais barata, porém em bisnaga. Muita gente me pergunta como usar aquarela em bisnaga. Algumas pessoas falam: “eu gasto muita tinta quando uso bisnaga, acho que não sei como se usa, sempre acabo exagerando na dosagem”. Sendo assim eu decidi fazer essa postagem, explicando como eu faço desde que adquiri bisnaguinhas.



Eu ganhei da minha irmã um jogo de aquarela de 24 cores da Royal & Langnikel e aproveitei para armazenar da forma como faço com todas as aquarelas em bisnagas. Tirei foto para vocês!



Quando eu adquiri as tintas da Pentel, minha professora indicou comprar o godê que abre e fecha, assim ele serve como um estojo e você pode levar para onde quiser. Fiz então a mesma coisa com as tintas da Winsor & Newton, comprei outro godê igual e armazenei da mesma forma. Ele custa cerca de 25 reais. Em cada “pan” você preenche com certa quantidade de tinta. Não precisa ser o conteúdo do tubo inteiro. A tinta vai secar e vai ficar como uma pastilha.





Eu tirei toda a aquarela da Pentel sem dó e nem piedade para colocar as tintas novas. Hoje vejo que as tintas da Pentel deixam a desejar. Foi feita uma postagem sobre elas aqui no blog há um tempo.









Depois que eu usar as novas aquarelas, venho aqui para mostrar o que achei! Espero ter ajudado vocês!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Nu na cabana tropical, óleo sobre tela


Oi pessoal!

Ando sumida, mas não abandonei o blog. Eu já tinha dito que eu estaria ausente por conta da faculdade e de um projeto pessoal que em breve teremos uma postagem sobre ele. Venho aqui agora que estou de férias mostrar a vocês um quadro que fiz neste semestre. O nome dele é “Nu na cabana tropical”.


Depois que entrei na aula de pintura realista passei a pensar melhor em estudos e fotografar por minha conta modelos e pessoas interessadas em posar. Foi assim que fotografei a Camila para as duas pinturas que postei aqui. Aproveito então e fotografo várias vezes a mesma modelo para que eu tenha um acervo pessoal de fotos. Pra quem não sabe, usar fotos de outras pessoas mesmo para pintar é plágio.



A Bianca se ofereceu para posar, o que por sinal foi ótimo, já que ela tem um ótimo equipamento de fotografia. Pudemos fazer algumas fotos com característica barroca e outras fotos com luz menos dramática. Uma das fotos “barrocas” está sendo pintada no Par de Ideias. Porém uma foto dela sentada numa poltrona na frente da janela foi aproveitada para pintar aqui em casa, no meu ateliê.



Estou em uma fase na minha vida apaixonada pela madeira. É um material que eu tenho estudado por conta própria e penso em um dia fazer mestrado em estruturas. Queria construir casas e cabanas de madeira e já que não posso morar em uma, eu posso fazer isso por meio da arte. Por isso que a Arte é sensacional. Ela serve como um mundo virtual onde podemos ser o que quisermos e podemos está numa cabana tropical numa ilha maravilhosa. O De e a Pintura são minhas melhores fugas da realidade.



Esse é um dos motivos pelos quais eu sempre quis aprender a pintar e desenhar de forma “realista”. Por mais que dizem que ela “limita” o artista, eu penso totalmente o contrário, ela me liberta. Posso então criar o que quiser e produzir imagens lindas ou que gostaria de ver ou presenciar. Sendo assim foi aí que eu aproveitei o cenário da casa da Bianca para brincar com essas virtualidades. Eu transformei a parede de alvenaria tradicional em parede de madeira, para virar uma cabana. A vegetação na janela ajudou um pouco nisso, são plantas tropicais que fazem parte de toda essa atmosfera.


Eu poderia ter feito um tecido estampado cobrindo o corpo da modelo, mas confesso que não sou muito fã de estamparia. Até gostei do resultado do tecido tropical nas aquarelas, mas na pintura a óleo talvez não seja esse o momento.


Ainda tenho dificuldade em fazer pés, penso em fazer muitos exercícios de mãos e pés no ano que vem. Acho que irão contribuir para próximas pinturas. Porém fiquei muito feliz com o resultado do rosto e dos seios. Achei bem realista. Eu havia feito outro quadro desta mesma fotografia, porém ficou horrível e duro. O lado bom foi que serviu como um estudo para essa pintura.

(detalhe ampliado)
(em processo)



Se tratando de materiais, eu comprei duas tintas de uma marca chamada Georgian Oil, da Dawler Roney, marca britânica de 1783. Comprei um branco de titânio e um branco “underpainting”, o que seria uma tinta para preparação da tela, a imprimatura. O resultado: notei que é uma tinta bem oleosa, porém bem homogênea. Camadas inferiores não devem ser muito oleosas para evitar rachaduras, mas fica o aprendizado. Gosto de experimentar marcas novas para descobrir qual o melhor material para pintar. Sendo assim já sei que não vou mais comprar essa marca. 


Cores usadas na figura humana foram: 
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  •  amarelo ocre Rembrandt Talens;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • vermelho da China (ou vermellion red deep) da Corfix;
  • Alizarim Crimson da gamblin;
  • Ivory black da Gamblin;
  • Siena queimada da Pebeo;

Cores na parede:
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  • amarelo ocre da Rembrandt Talens;
  • Terra de Siena da Pebeo;
  • Siena queimado da pebeo;
  • Sombra queimada da gamblin;

Cores na vegetação e céu:
  • Azul ultramar da Pebeo;
  • Azul cerúleo da Gamblin;
  • Ivory Black da Gamblin;
  • Branco de titânio da Georgian Oil;
  • Amarelo limão da Corfix;
  • terra de Siena da Pebeo;

Cores na poltrona:
  • sombra queimada da Gamblin;
  • siena queimada da Pebeo;
  • terra de siena da Pebeo;
  • amarelo ocre da Rembrandt Talens;
  • ivory black da Gamblin;
  • Azul ultramar da Pebeo;
  • Azul cerúleo da Gamblin;
  • Gris de payne da Corfix;
Cores no tecido:
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • azul cerúleo da Gamblin;
  • Amarelo ocre da Rembrandt;

Cortes no chão:
  • ivory black da Gamblin;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • siena queimada da Pebeo;
  • terra de siena Pebeo;
  • branco de titânio Georgian Oil;

Para intensificar as sombras no piso e na parede usei o gris de payne da corfix diluído com óleo para ficar transparente.


Gosto de escrever as cores e as marcas, pois este blog serve como um caderno pessoal de estudo. Com o tempo algumas tintas podem causar rachaduras e eu posso observar com o tempo quais foram as que se adaptaram melhor a medida que o tempo passa. Geralmente tintas com melhor qualidade e mais pigmentadas tendem a ficar bem opacas depois que secam, já as muito oleosas ficam mais brilhosas. Eu notei que onde eu usei bastante branco dessa marca Georgian Oil é onde mais tem brilho. 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Dona Samyra e seus dois maridos - aquarela e guache

Eu me lembro da primeira vez que usei guaches de qualidade. Uma professora havia mandado comprar guaches da Talens das cores: amarelo, magenta, ciano, preto e branco para que pudéssemos treinar estudo de cores. Eu disse que não compraria um guache que custava mais de 15 reais. Até que minha amiga me emprestou os dela e realmente, eu vi uma grande diferença.


Eu associava até então guache como uma tinta meramente escolar. Eu nem sabia direito o que eram aquarelas. Para quem não sabe, a aquarela é uma tinta a base de água que funciona com camadas transparentes de água colorida. São compostos basicamente de pigmento e goma arábica. O guache é uma aquarela, porém opaca. Enquanto a aquarela faz camadas transparentes, o guache faz camadas opacas. Para isso, é acrescentado na mesma receita da aquarela o carbonato de cálcio para dar carga e opacidade. É por isso também que aquarelas de má qualidade geralmente recebem carga para render e por isso acabam sendo mais opacas que aquarelas de qualidade. Ou seja, tem aquarela por aí que é guache, o que pode ser prejudicial para certas propostas.


Não é de agora que às vezes eu uso guache quando quero efeitos opacos nos meus desenhos. Principalmente depois que eu comprei algumas cores da talens. Realmente é um guache bem pigmentado e a cor é bem saturada. O magenta não é igual dessas marcas populares que parece mais mistura de rosa com lilás. O ciano então não é aquele azul claro sujo. O preto é realmente preto. É aquele tipo de guache que chega a ser duro de trabalhar sem diluir com água. É um material que rende bem.


Esses dias comecei a pintar um desenho todo com base na aquarela. Como eu queria efeitos mais realistas e detalhados, eu decidi assumir o guache. Além de testar acrílica em partes brancas puras, já que eu notei que o guache não dá o resultado esperado nesse requisito. No entanto para os detalhes dos cabelos da mulher, no tapete, narguilé, almofadas, lanternas e penas de pavão a tinta opaca foi utilizada com um pouco de diluição em água.


Existem aquarelistas que prezam mais pela pureza do material e manter o papel sem cor onde desejamos o branco. Não acho de forma alguma que eles estejam errados e de fato o melhor branco é o do papel. Até que eu e outras pessoas começamos a reparas que minhas aquarelas são muito carregadas em camadas e com escuros destacados, procurando imitar uma pintura a óleo. Então estou seriamente pensando em comprar outras cores de guache para testar o material puro nas minhas ilustrações, já que ele é opaco.


Eu sou contra o uso mix de material (acrílica e óleo) na pintura sobre tela. Sabemos que a tinta óleo se comporta totalmente diferente da acrílica por ser feita com óleo de linhaça. Mas dependendo do tipo de ilustração feita no papel eu acho que cabe sim misturar guache, aquarela e pastel para efeitos de fumaça, vidro, luz, pedra e texturas, embora resultados bons possam ser conseguido persistindo na aquarela. Obviamente o mix de material é feito para conseguir efeitos que a aquarela sozinha não conseguiria. Em, alguns desenhos eu assumo digamos que a aquarela pura, mesmo tentando ao máximo o resultado possível somente com o mesmo material. Mas há outros desenhos que eu realmente quero o resultado mais almejado com maior rapidez e praticidade. Eu digo isso porque muitos ilustradores que eu gosto fazem isso e obtém resultados perfeitos.



Bom, tinha tanto tempo que eu não desenhava num papel A4. Até que bateu  saudade de treinar mais uma vez composições com mais de uma figura humana. Trouxe então a dona Samyra e seus dois maridos!