sexta-feira, 11 de maio de 2018

Estudo para Idunna


Oi pessoal!



Recentemente eu fiz um estudo para uma futura pintura. Trata-se da deusa nórdica Idunna, a deusa da juventude, esposa de Bragi e guardiã das maçãs douradas da imortalidade e juventude dos deuses.




Já tinha um tempo que eu estava procurando uma modelo para essa pintura. Ela precisava ser uma moça mais jovem e loira. Assim, a minha amiga Marguit posou para mim e fizemos um ensaio de Chapeuzinho Vermelho e de Idunna. Essas fotos me renderam por enquanto 3 pinturas. Uma outra está nesse momento em andamento e claro, esse estudo sobre a qual é o assunto da postagem é uma ideia inicial para um quadro que pretendo fazer no próximo semestre.









Esse estudo foi feito numa tela bem pequena de 30x15cm, um formato um pouco diferente do tradicional por ser mais comprido.  A vantagem é que essa forma possibilitou trabalhar melhor o fundo. A personagem simula a entrega das maças e ela está sentada no tronco torto de um freixo.




Para esse fundo eu utilizei um pouco da técnica impressionista, que é mais colorida e com pinceladas mais soltas, que acho bem propícia para natureza. Eu tenho gostado de utilizar a técnica colorida para plano de fundo, porém levando em consideração a perspectiva atmosférica.




Foram diferentes texturas utilizadas nessa composição piramidal. Além da pele, teve os longos cabelos, o tecido da roupa, a pele de coloração creme, o tronco, a folhagem e a grama. Para um quadro pequenino, ele foi bem trabalhoso.





Cores usadas: 
Brando de titânio (Rembrandt)
Sombra queimada (Winton)
Amarelo ocre (Winsor and Newton)
Vermelho da China (Corfix)
Terra de Siena (Pebeo)
Preto (Corfix)
Alizarim Crimson (Gamblin)
Violeta dioxazine (Gamblin 1980)
Azul ultramar (Pebeo)
Terra verde (Pebeo)
Terra verde (Rembrandt)
Raw Umber (Weber)


sexta-feira, 20 de abril de 2018

Minha experiência com óleo da Pebeo

Oi pessoal!




Eu vim fazer uma postagem hoje um pouco comprometedora. Trata-se da minha experiência com a tinta óleo Pebeo. Eu fiquei até um pouco receosa de fazer essa postagem e por acaso algum representante da marca acessar isso e vir me encher o saco. No entanto meu blog está há anos luz de ser famoso e não sou nenhuma influenciadora.


Devem ter 3 anos que eu fiz aula de pintura impressionista, onde a gama de cores é bem maior que a paleta da pintura acadêmica. Eu precisava então comprar 5 cores a mais. Na falta da grana eu não pude comprar Winton (que é a tinta boa que é disponibilizada na loja física da minha cidade). Haviam as marcas Gato Preto, Acrilex, Corfix e Pebeo. Seguindo aquele senso comum de que tintas importadas tem melhor qualidade que tinta nacional, eu levei as 5 cores. Eu imaginava que a Pebeo não tivesse a mesma qualidade que a Winton, mas pensei que pudesse ser melhor que Corfix e principalmente Gato Preto e Acrilex.

(sim, eu sei que elas estão feinhas, hahaha)

As cores compradas foram: Terra de Siena, Siena Queimada, Terra Verde, Azul Ultramar e o Violeta Dioxazine. Essas cores me foram até úteis, embora eu preferia que a indústria de materiais artísticos ainda disponibilizasse aquelas embalagens menores. Em primeiro lugar porque a qualidade da Pebeo, pelo menos na minha experiência, deixou muito a desejar. Segundo porque a gente acaba pagando mais caro e muitas vezes o tubo nunca acaba. Eu ao menos consegui comprar duas cores do tubo pequeno que sobraram na loja, hoje elas nem são mais fabricadas.


Eu achei a tinta bem oleosa e pouco pigmentada. O que não é nada bom. Para ser sincera a Corfix é melhor. As duas tintas com pigmentos terrosos até são meio grosseiras. Ao menos a marca disponibiliza o pigmento usado, exemplo: a Violeta Dioxazine é feita com o pigmento PV23 apenas. Também outra coisa boa é que ela recebe o selo AP da ACMI, que assegura que a tinta não é toxica, ou não é tão toxica.


Pois bem pessoal, agora uma coisa que eu vou dizer que é realmente triste: um quadro meu onde eu utilizei as 5 cores da Pebeo acabou escurecendo com o tempo. Triste, não é?! Esse tipo de coisa eu não tinha visto acontecer com outras tintas, apenas com uma Flake White HUE (uma imitação de branco de chumbo feita com a mistura de titânio e zinco). A marca surgiu em 1919, mas pelo visto esses quase 100 anos de existência não foram parâmetros.


Longe de mim indicar comprar Gato Preto e Acrilex, embora a Pebeo não fique muito longe disso. Só quero deixar minha experiência para vocês refletirem na hora de comprar suas tintas e darem preferência para algo melhor.

terça-feira, 10 de abril de 2018

O Tritão - 2017


Oi pessoal!


Eu fechei o ano de 2017 com um estudo, porém um estudo que gostei tanto que acabei emoldurando. A gente que é artista não tem dinheiro pra nada e molduras custam caro. Logo da pra perceber que eu realmente gostei do resultado!


Nessas horas é que a gente percebe que temos que tomar cuidado com certos materiais improvisados, pois um teste ou estudo pode ser tornar algo bom. Portanto é melhor fazer pinturas com materiais melhores. O que eu quero dizer é que eu tenho uma verdadeira mania de reciclagem e aproveitar painéis de MDF e compensados para pintar. É claro que eu faço todo aquele processo de preparação com gesso acrílico. Esse estudo foi feito em um desses painéis que provavelmente há alguns anos devia ser um pedaço de uma mesa de computador.




A história dessa pintura foi a seguinte: já faz tempo que eu consigo identificar qualidade nas tintas óleo e também suas diferenças entre as tintas nacionais baratas que temos por aí. A escolha de materiais de qualidade não é aleatória, há motivos pelos quais a gente prefere usar uma Rembrandt que uma Gato Preto. Assim sendo eu queria fazer uma postagem no blog fazendo comparativos em uma pintura feita com tintas nacionais.


Como eu iria usar tintas nacionais para apenas um estudo, não me importei em usar o MDF preparado. Eu decidi fazer uma pintura com temática marinha, pois amo “sereismo”. Além de usar o corpo masculino, que quase não exploro. Nem todas as cores que usei foram nacionais, pois muitas das tintas baratinhas que eu tinha foram doadas e outras acabaram, tive que, por exemplo, usar o ocre da linha profissional da Winsor e Newton , já que não tinha mais ocre nacional. Digamos que o quadro deve ter sido pintado por pelo menos 20% com essas tintas baratinhas.


O que eu poderia imaginar aconteceu. As camadas feitas com as tintas nacionais ficavam bem mais transparentes que nas pinturas que faço com tintas melhores. Era necessário fazer mais camadas. Tudo bem que eu trabalho com muitas camadas, mas nesse caso eu tive que fazer o rosto muitas vezes e o desenho na tela acabava aparecendo e não queria cobrir.


Outra coisa importante de deixar claro é a falta de pigmentação. Por conta do preço dos pigmentos de qualidade, é inviável, por exemplo, a Acrilex fabricar suas tintas com pigmento bom e estável e querer cobrar o preço de um pigmento barato. Ainda nesse assunto sobre qualidade de materiais, o mais importante: a secagem! Sim, as tintas nacionais pecam também no quesito de estabilidade. Demorou muito para secar, o que interfere nas camadas. Às vezes a gente precisa que a camada inferior seque quase que totalmente para que se possa passar outra camada superior, logo todo o processo se torna mais lento e no final a gente não tem garantias de que a secagem será segura. Foi sim realmente interessante fazer esse estudo agora que eu tenho uma noção melhor sobre estabilidade dos pigmentos e posso compartilhar com vocês. A gente aprende que até nos estudos é interessante que usemos materiais bons.



Eu falei tanto sobre a falta de qualidade das tintas, porém no final das contas eu gostei da pintura! Como eu já disse, eu pouco exploro o corpo masculino e tenho que fazer isso mais vezes. A pintura fez até sucesso nas moldurarias onde as atendentes me perguntaram se o personagem é meu namorado ou comentários como “que gatão”!


Eu fiquei com medo de que o MDF (ou compensado) onde a pintura foi feita acabasse sendo danificado e esse foi o principal motivo para que eu mandasse emoldurar. Eu peguei uma moldura mais em conta, porém que casasse com o quadro, afinal não dá pra colocar qualquer moldura, isso pode matar sua arte! No final acabei pegando uma cor verde clara puxada para o azul, remetendo ao “sereismo” e temática marítima.




O mar nos acalma e nos faz refletir sobre diversos aspectos da vida, foi assim que pensei em colocar a linha do horizonte no mesmo nível dos olhos do tritão.


As cores usadas foram:
Brando de titânio da Georgial Oil
Amarelo ocre da Winsor and Newton
Cermelho da China da Corfix
Preto da Corfix
Azul da Pússia da Acrilex
Griz de Payne da Gato Preto
Verde Esmeralda da Corfix
Amarelo de Nápoles da Corfix
Cor de Carne Claro 
Sombra Queimada da Winton
Terra de Siena da Pebeo
Azul Ultramar da Pebeo
Vermelion da Van Gogh (na assinatura)

quinta-feira, 15 de março de 2018

Ogiva de fadas


Havia muito tempo que eu estava doida para pintar um dos meus contos de fadas favoritos: Chapeuzinho Vermelho. Sempre imaginei fazer uma pintura não com uma criança, mas com uma adolescente. Pensei muitas vezes em utilizar o macabro para criar efeitos mais dramáticos na obra. Eu adoro imaginar que este é um belo conto de terror.


Um dia minha amiga Marguit veio a Brasília e pudemos fazer um acervo de fotos vestidas de Chapeuzinho Vermelho, para então eu poder fazer as pinturas e seus estudos originais. Infelizmente estava chovendo muito no dia e meus planos de tirar as fotos no parque Olhos d’água foram embora. Tivemos que ensaiar em um ambiente fechado.


Eu utilizo de fotos de minha autoria com modelos que se disponibilizam para posar. Já fiz um acervo deste com alguns modelos e dentre eles eu pintei 3 pessoas. Portanto, quem quiser aí colaborar comigo, seja bem vindo!


Nesta pintura eu quis ressaltar um aspecto não macabro, mas sim possuir um ar medieval e ao mesmo tempo fantasioso, mas com um pouco de pé no chão. Diferente de usar um lobo gigante e negro, eu preferi optar por um lobo de verdade e cinza. Para uma atmosfera medieval, além da roupa, eu utilizei uma borda dourada em formato de ogivas. Remetendo então ao dourado as iluminuras bizantinas e as ogivas da arquitetura da época tanto presente das catedrais e janelas. Para isso foi utilizada a folha de ouro. Esta foi a minha primeira experiência com o material. 


Da ogiva que veio o nome: "Ogiva de fadas", remetendo então ao medieval presente nos contos de nossa infância como uma verdadeira fã do período histórico. 


A imagem possui três planos: a Chapeuzinho, o tronco onde o lobo está subindo e o fundo da floresta, essa ultima com um ar mais fantasioso e nebuloso onde as árvores aparecem como listras claras num fundo escuro remetendo a uma atmosfera mais dramática e melancólica. 






Eu utilizei a imprimatura avermelhada (mistura de red light com sombra queimada) e as cores utilizadas na pintura foram: 
Flake white da Winsor and Newton
Ocre da Rembrandt 
Sombra queimada da Gamblin
Vermelion da Van Gogh
Preto da Corfix
Raw sienna da Pebeo
Terra verde da Rembrandt
Alizarim Crimson da Gamblin
Azul ultramar da Pebeo
Paynes Gray da Corfix


Hoje eu estou pintando um outro quadro da Marguit e quando ele ficar pronto, eu venho aqui para mostrar para vocês!



quarta-feira, 7 de março de 2018

Minhas últimas compras de materiais em arte


Oi Pessoal!



Mais um ano se passa e eu venho aqui dizer que eu não abandonei o blog. O ano de 2017 foi uma correria pra mim. Eu formei em Arquitetura e não tive tempo nem para cagar (brincadeiras a parte).
Até que consegui produzir poucas coisas e em breve elas serão postadas. 


A postagem de hoje é sobre minhas compras de materiais em arte nos Estados Unidos. Eu não me recordo exatamente o preço de cada produto, mas imagino que no site da Blick deve ter os preços. Blick: guardem bem esse nome caso você resolva comprar materiais artísticos por lá.

Podem acessar o site:  https://www.dickblick.com/ 

Obviamente eu não entrei apenas nessa loja e imagino que devem ter outras muitas. Porém esse foi o local que achei mais organizado e com preços mais em conta. Haviam MUITOS produtos em promoção.


Em 2012 eu comprei um série de aquarelas da Winsor e Newton, aquelas de 5 ml. Eu inocente acreditando naquele CLICHÊ de estudante de artes: “aquarela boa dura a vida toda”... típico de quem não entende nada de pintura e que só pega seus estojos uma vez na vida e outra na morte. Algumas cores já passaram da metade e além disso, eu também queria experimentar cores novas e difíceis de serem criadas por misturas.



Vamos começar com o que comprei:


Comprei esses dois sabões de pincéis. O que vem no pote foi muito bem recomendado, já o verde eu comprei mais na curiosidade e porque estava baratinho. 




Máscara para aquarela: eu queria a da Sennelier por ser verde e menos difícil da gente confundir com o papel. Só que encontrei apenas da Winsor & Newton. A minha antiga máscara é ainda daquela versão de vidro e tenho minhas dúvidas se ela ainda presta. Essas máscaras sempre são fedorentas e hoje ela está mais fedida que o normal! Ela tem 7 anos e não estão chorando por ela está estragada. Usei bastante e pude aprender bastante com ela. Agora tenho outra para substituir. Porém não vou jogar esse vidro quase "vintage" da W&N fora, haha. 





Esponjas marinhas: eu tenho duas que comprei há 5 anos e ainda estão em bom estado. Na verdade essas esponjas duram um bom tempo! Mas queria experimentar outros tamanhos e texturas. Eu AMO AMO AMO esponjas do mar!



Guache da Winsor & Newton: todos os meus guaches são da Talens e eu sou muito curiosa em marcas difentes. Esse aqui é na cor natural umber (sombra natural). Uma ótima cor para fazer cabelos loiros. 



Dois marcadores da Tombow e um da Blick, a própria loja. Sim, as próprias lojas tem seus materiais. 



Esse pincel de marta tamanho 6 da Renoar M Grumbacher. Tenho gostado muito desse tipo de pêlo para pintura a óleo.



AQUARELAS: uma neutral da W&N (acho que está inclusive saindo de estoque, foi difícil de encontrar), violet dioxazine da Sennelier, Warm gray da Sennelier, Turquoise da Sennelier, burt umber (sombra queimada) da cotman, indigo da cotman, raw sienna (sienna natural) da cotman, vemelhio de cadmio da cotman e o sap green também da cotman. 




Verniz de retoque, um da Utrecht e outro da W&N. Amo muito esse verniz e penso em fazer uma postagem a respeito.



Um Flake White e um Raw Sienna da Williamsburg


Uma tinta purple dioxazine da Gamblin 1980, linha que eu estava curiosa para experimentar!