Aicmofobia, aiquimofobia ou belonofobia - medo de agulhas

Estava querendo fazer uma postagem sobre isso e poxa, só de escrever isso já fico com medo.

Eu sofro com esse medo, a aicmofobia, também conhecida como aiquimofobia e belonofobia. Esse nome não é muito conhecido e geralmente quando falo disso ninguém sabe o que é.

A aicmofobia é medo de agulhas e objetos pontiagudos. Pra quem fica de brincadeira com pessoas com essa fobia, não sabem que isso é serio. O Ministério da Saúde fez uma pesquisa que constatou que 31% das pessoas que poderiam doar sangue não doam por ter medo da agulha. Eu acho o gesto de doar sangue algo lindo e nunca doei sangue por isso. A Aicmofobia é tão séria que tem pessoas que tem medo até de ver alfinetes e agulhas de costura.

Vou contar um pouco do que sinto. Eu morro de medo de seringas, agulhas, exames de sangue, vacinas e etc. Outra coisa que morro de medo: VEIAS, VASOS SANGUÍNEOS, SISTEMA CIRCULATÓRIO em geral e médicos e hospitais. Tenho medo de veias e vasos pois lembro das seringas. Tenho sorte de não ter medo de alfinetes e agulhas de costura, mas o fato de não ter medo de alfinetes e agulhas de costura não significa que tenho menos aicmofobia que outras pessoas. EU NÃO CONHECI ATÉ HOJE UMA PESSOA QUE TENHA MAIS MEDO DE AGULHAS QUE EU.

(biologia no ensino médio feita nas coxas)

Eu passo mal em ver minhas veias e as veias dos outros e o pior é que eu sou muito branca e as veias aparecem bastante nos braços e no colo (aquela região entre o pescoço e os seios). Eu não estico os braços pois tenho agonia! Isso é um absurdo e algo fora do real pra quem está fora da situação, mas isso é sério.

Gente, isso é horrível. Isso me impediu de fazer exames de ir ao médico muitas vezes. Eu não entrei em nenhuma faculdade de saúde por conta disso, sendo que eu já tive muita vontade de fazer Odontologia e Biologia. Eu morro de medo de algum dia minha irmã precisar de doação de rim ou medula. Morro de medo. Quase deixei de tirar os sisos quando o dentista disse que ia me aplicar uma seringona no braço, pulei da cama igual um tiro, até que a outra dentista disse que não ia me aplicar essa seringona gigante. Estudar biologia no ensino médio foi TENSO.

(muito medo de visitar meu pai na UTI, ao menos ele estava todo coberto - mas a tristeza foi maior que o medo)

Pessoal, não pense que isso é maldade minha, eu não faço doação de sangue por conta de MEDO, isso é sério. Claro que não quero que minha irmã tenha algum problema assim, coitada, mas também tenho medo disso acontecer por conta da minha fobia.

Quando meu pai estava com câncer, além de ficar com pena dele por conta da doença, também ficava com pena das agulhadas que ele levava, tadinho. Ele também tinha aicmofobia.

(quimioterapia)

Eu fiquei doente esses dias e minha mãe me levou ao médico e disse para ele que tinha 9 anos que não fazia exame de sangue, pronto, tive que fazer. Eu simplesmente não dormi de noite. Eu passei a noite tremendo de medo. E planejei em focar meu pensamento em outras coisas na hora que estivesse fazendo o exame. Até que chegou a hora, minha mãe disse pra mulher me colocar na poltrona que deita e me disse pra eu não olhar pros materiais. Foi só colocar o elástico no braço que já estava quase morrendo. Até que a moça enfiou a agulha, puta merda, eu estava no inferno. E o pior, quanto mais nervosa a gente fica, mais demorado é. Essa merda de exame demorou muito. Todo o preparativo que fiz antes pra pensar em outra coisa na hora do exame foi em vão, não consegui pensar em nada, apenas na agonia e no quanto que eu queria que isso acabasse.

Quando a moça tirou a agulha e colocou o curativo, eu simplesmente travei, não consegui me mexer. A minha  pressão caiu muito e minha mãe e uma outra mulher que trabalhava no laboratório tentavam mexer minhas mãos. Eu fiquei tonta, e nem conseguia respirar direito. Depois de uns 15 minutos consegui me mexer. Tomei um leite e fui pra casa tentar dormir. Não sei como não vomitei. Assim que cheguei em casa eu enfaixei o braço pra não ver aquele curativo de bolinha. Demorei um dia pra tirar o curativo por tanta agonia que tenho.

Eu reparei que a agulhada nem doi tanto, mas o medo é maior que a dor.



Se algum dia eu tiver câncer ou algum problema nos rins, podem me matar, pois eu tenho mais medo de agulhas do que da morte.

Vocês não sabem o quanto foi ruim fazer essa postagem. Pegar algumas imagens foi uma tortura.Quero compartilhar meu medo com outras pessoas, para que as pessoas possam entender melhor e também para apoiar as pessoas que tem o mesmo medo.

Estou passando mal agora.

EU TENHO MEDO DE TER FILHOS POR CONTA DA AICMOFOBIA!!!!!!!

(eu nasci por parto cesariana)

Alguns psicólogos falam que o trauma vem da infância, as vezes por internações ou quando os pais usam as palavras agulha, médico, injeção como formas de punição.

Dizem que a forma de superar é enfrentar os exames de sangue e as agulhadas, mas como enfrentar isso?????

Manufatura artesanal de giz de cera - como o giz de cera é feito

Oie!

Acho interessante pessoas de outros países visualizando meu blog! Tem gente de Portugal, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Rússia vendo o blog. Agradeço também aos brasileiros (claro) que são leitores.

Essa é a terceira e última parte da oficina de manufatura artesanal de tintas e bastões da Semana Universitária.

O giz de cera foi o primeiro material que fizemos.

Para fazer o giz de cera usamos:

10g de cera de abelha

50g de cera de carnaúba

10g de parafina

Ou seja, proporção 1:5:1

(cera de abelha)

(mix de ceras e parafina)

(parafina)

(cera de carnaúba)

Colocamos os ingredientes numa panela e levamos ao fogo para derreter tudo.

Depois de derretido, colocamos o "líquido" num latinha com a boca amassada (para fazer um bico) e depois colocamos pigmento aos poucos e misturamos. É preciso fazer essa mistura com rapidez, pois a mistura endurece rapidamente. Depois que misturamos, pingamos uma gota numa bacia de água para endurecer e riscar essa gota endurecida num papel para saber se ficou bom.

(usamos pigmento pó xadrez)

 Feito isso, devemos colocar rapidamente o líquido nas forminhas.

Esse giz d cera eu misturei pigmento azul e preto, a cor dele ficou azul bem escuro, ms quando risca sai preto.

Outras alternativas é colocar em pedaços de bambu, que depois cortamos com um estilete para ficar que nem um lápis, ou colocar numa mangueira. Para tirar o giz de cera da mangueira, devemos colocar numa água morna para sair com facilidade, mas tive a sorte do giz de cera não ficar grudado e sair com um empurrão.

O giz de cera artesanal é igualzinho aos industriais. Alguns industriais são até ruins. 

Fizemos apenas o "preto azulado" e o amarelo, esse giz de cera marrom e esse verde eu ganhei de um colega que fez artesanalmente também.

(teste com giz de cera artesanal)

Manufatura e produção artesanal de aquarela e guache

Depois de uma semana de vômitos, diarreias e tonturas, ganhei de brinde uma gripe miserável. Nunca senti tanta dor do corpo quanto ontem a noite. Estou tomando dois antibióticos. Tinha muito tempo que não ficava assim, até que veio tudo de uma vez.

Tive até que fazer exame de sangue, pqp, odeio exame de sangue, aliás, eu odeio agulhas. Já disse alguma vez que sou acnofóbica?

Vamos ao que interessa...

Lembra da postagem do pastel seco? Hoje vou postar outra parte daquela oficina. Como fazer aquarela e guache. As duas têm produção bem parecida, mas o guache leva um ingrediente a mais.

Aquarela

Os ingredientes são:

15ml goma arábica na proporção 1:2 (uma parte de goma arábica pra duas de água)

5ml de glicerina (compra em farmácia)

2,5ml de água de mel (coloca só um pouquinho de mel da água)

7 a 9 g de pigmento (usamos o pó xadrez)

(colheres de medida: 2,5ml (água de mel), 5 ml glicerina, 15ml (goma arábica)

OBS: Goma arábica pra quem não sabe é um exsudado que é extraída de duas espécies de acácia da região subsaariana, acácia senegal e acácia seyal. Ela é usada na industria alimentícia, produção de cosméticos, colas e tintas. Para sua utilização nas tintas, é preciso diluir na água. Ela pode ser encontrada diluída em lojas de materiais de arte.

(goma arábica diluída)

Em um almofariz colocamos a goma arábica diluída, a glicerina e a água de mel. Devemos mexer bastante até ficar uma mistura homogênea.

 Aos poucos colocamos os pigmentos e misturamos.

(mistura com pigmento em pó xadrez preto)

 Feito isso, colocamos uma gotinha da mistura num pote de água, se a tinta fizer uns desenhos parecidos com fumaça na água é sinal de que está no ponto de aquarela.  

Utilizamos pigmentos amarelo, preto e verde. Eu fiz a aquarela preta, a professora fez a amarela (pois de acordo com ela o pigmento amarelo de pó xadrez é difícil de usar) e o homem do outro curso fez a aquarela verde. 

Colocamos as aquarelas em potinhos (tipo aqueles potinhos de gliter) e em embalagens de remédios para fazer aquarela em pastilhas.

Guache

O guache é uma tinta opaca e não transparente, já a aquarela é transparente, então o que faz com que o guache não fique transparente é o carbonato de cálcio, sendo acrescentado aos poucos. O guache também foi guardado em potinhos e em embalagens de remédio.

 Hoje testei as tintas e vou contar o resultado.

Fiz uns testes com a aquarela, fiz a pintura seca e a molhada

(pintura seca- as cores mudaram quando escaneei)  

(pintura molhada)

Uma composição que fiz:

Se vocês repararem, a aquarela preta espalha bastante, ela ficou muito boa! Logo a que eu fiz! Se vocês olharem nesse desenho, a aquarela verde quase não apareceu. Ela ficou pouco pigmentada e grudenta. A Amarela também ficou grudenta, mas não ficou tão ruim quanto a verde.

Fiz o teste com o guache e cheguei a conclusão que os guaches ficaram melhores pra ser como aquarela, menos o preto que deu certo! De lado esquerdo usei a tinta pura e do lado direito misturei com água. Essa última cor é uma mistura de preto com amarelo, deu uma cor de concreto, mas quando escaneei a cor mudou.

Uma composição de teste

A tinta preta ficou bem opaca.

Acho que a aquarela e guache preto ficaram melhores por conta da quantidade de pigmento, eu coloquei os 9 gramas de uma vez, enquanto a professora disse que era pra acrescentar aos poucos e ir testando, talvez nessa ela ão acrescentou tudo, a mesma coisa com a aquarela verde.

Produção de Giz Pastel Seco - Semana Universitária 2011 (UnB)

Oi pessoal!

Fui à Oficina de Manufatura Artesanal de Tintas e Bastões na Maquete. Temas que já tinha aprendido em Materiais em Arte 1, mas como na época que fiz essa disciplina eu viajei na época que a professora ensinou a produzir alguns materiais e também queria prestar mais atenção e fotografar e para postar aqui. 

Uma oficina muito boa, mas que só participaram duas pessoas, mesmo com 15 inscritos, eu e um homem de Ciências Contábeis. Quem não foi perdeu!

Vou dividir esse assunto, hoje só vou falar do pastel seco.

Aprendemos a manufaturar artesanalmente giz de cera, giz pastel seco, aquarela e guache.

Em geral as tintas e bastões são feitos com PIGMENTO + AGLUTINANTE. Esses pigmentos podem ser de origem mineral (terra e pedras, por exemplo), vegetal (urucum, carvão e etc...), animal (cochonilha, por exemplo) e industrial. Os aglutinantes podem ser de origem animal, vegetal (como a famosa goma arábica) e industrial (como o CMC).

O giz pastel seco pode ser feito com esses pigmentos e com muitos tipos de aglutinantes. O mais comum é o CMC (carboxi metil celulose), comprado em casas de produtos químicos e diluído em água, vira um líquido viscoso. Podem ser usados outros tipos de aglutinantes. Os alunos de Artes e pesquisadores da Maquete já testaram aglutinantes alternativos, como por exemplo a gelatina em folha (aquelas que usa pra fazer mousse), babosa, cerveja choca, baba de quiabo e chá de canela (que minha colega Pâmella descobriu). 

Esse modelo ai é um teste feito por uma aluna que produziu pastel com gelatina em folha, ela testou as proporções de água e gelatina para produzir o melhor pastel, e descobriu que a proporção de 1:4 e 1:5 (uma parte de gelatina pra 4 de água ou uma parte de gelatina pra 5 de água) faz o melhor pastel. Com uma concentração grande de gelatina o pastel fica duro. 

(alguns pasteis artesanais feitos na maquete, esse roxo foi feito com aglutinante de canela pela Pâmella)

Para produzir o bastão de pastel, além dos pigmentos e aglutinantes, vamos precisar de uma espátula para amassar e misturar e de uma superfície lisa, como um vidro ou azulejo.  

Esse líquido no azulejo da foto é cmc, temos que colocar em pouca quantidade e acrescentar os ingredientes aos poucos e amassar e misturar com a espátula. Depois que a massa fica pronta, podemos colocar em formas ou então amassar com as mãos. E já estava quase esquecendo de dizer, usamos o pigmento pó xadrez, aquele que é usado para colorir tinta de parede. Nesse primeiro momento fiz com o aglutinante CMC. 

Depois fiz um bastão usando o aglutinante de canela.

 (esse ai virou uma cor de concreto, adoro essa cor!)

A Pâmella aproveitou e fez três pastéis de canela e eu fiquei com dois! Pena que a foto ficou ruim.

Depois de pronto precisa deixar o bastão secar, nesse tempo úmido demora dois dias mais ou menos. Depois que eles secaram, eu testei, todos ficaram bons, até mesmo os azuis. O pigmento xadrez azul é meio complicado pra fazer pastel, geralmente fica duro.

Fiz uma pequena tabela com os pasteis. Todos deram certo e ficaram melhores que muitos pastéis industrializados.  Tem pastel industrializado que é duro e outros que soltam muito pó. Tenho um preto da Faber Castel que não gosto. 

(as cores não são exatamente essas, quando scaneia muda as cores)

Pastel não um material que gosto. Não que eu ache feio, pelo contrário, acho lindo, mas eu não gosto de usar, tenho agonia, a mão fica suja e seca, não gosto. Lá em cima disse que esses pastéis ficaram melhores que muitos industrializados, tanto os de CMC quanto os de canela. E entre os dois aglutinantes, eu gostei mais do de canela, é mais gostoso de usar e parece que espalha mais. 

Caderno artesanal

Oi pessoal!

Estamos em época de Semana Universitária. Matriculei-me em algumas oficinas. Hoje fui em uma oficina de encadernação pela manhã que aconteceu na Maquete. De noite tem a oficina de tintas artesanais.

Caderno que fiz em setembro. Fiz dois e encapei com couro sintético, um pra mim e outro para um amigo;

Como eu já conhecia o tipo de costura que o pessoal da UnB ensina, eu optei por fazer um caderno que é uma espécie de fichário, achei lindo.

O primeiro passo é colocar as medidas (do tamanho que preferir) no papel panamá (ou paraná, nunca sei o nome desse papel), duas partes iguais e uma parte para o meio (onde tem aquela parte durinha que divide o livro). A altura da capa deve ser a mesma dessa parte durinha que fica no meio.  Ex: medida X,Y, Z.

Corte com estilete e régua, de preferência com régua de metal (régua de corte);

Usei um azul escuro que é feito com folha de bananeira. Por conta das fibras da bananeira, esse papel é bastante resistente e muito bom para encampar livros e caixas;

Colei os pedaços de papel panamá (ou paraná, já disse que não sei o nome certo, kkk), mas dando uns espaço de mais ou menos 3 a 4 mm para poder dobrar a capa. Passei cola com um pincel. A cola usada foi uma cola própria pra encadernação (cola branca mais encorpada e resistente), mas pode usar cola branca normal ou cola de isopor (que são melhores que a cola branca) ;

Cortei as pontinhas de forma arredondada e colei as bordas com a mesma cola;

Depois peguei outro papel, que é feito com 50% de papel reciclado e 50% de folha de bananeira e fiz a decoração, o corte dele é rasgado mesmo e colei com a mesma cola e depois colei as bordas para dentro como fiz com o papel azul;

Colei um outro pedaço do papel azul para forrar a parte de dentro do caderno, deve ser um retângulo de alguns milímetros menor que o caderno; 

 Depois dividi folhas de A4 daquele chamex reciclado para fazer as folhas de dentro;

Cortei um pequeno pedaço de panamá e encapei com o papel bege (50% reciclado e 50% de folha de bananeira) para fazer a parte que segura as folhas;

 (detalhe no meu esmalte lindo, uma mão de noite quente da colorama e duas mãos do na mira da impala)

Com um perfurador fiz os buracos para passar os parafusos;

No local onde as folhas ficam, fiz dois buraquinhos, na mesma medida que os buracos do pedaço de panamá encapado. Usei um perfurador diferente que é usado com um martelo;

Coloquei os parafusos, os papeis já perfurados com a mesma medida dos outros furos e o panamá encapado;

Assim ficou meu fichário. 

Se vocês notarem, o fichário de exemplo (das primeiras fotos) tem um bolso e um lugar de guardar caneta, eu não fiz por conta do tempo.

OBS: assim que colar o paraná no papel reciclado, é bom passar pano ou algo para tirar as bolhas de ar

Bom, hoje a noite tem mais oficina!