quinta-feira, 15 de março de 2018

Ogiva de fadas


Havia muito tempo que eu estava doida para pintar um dos meus contos de fadas favoritos: Chapeuzinho Vermelho. Sempre imaginei fazer uma pintura não com uma criança, mas com uma adolescente. Pensei muitas vezes em utilizar o macabro para criar efeitos mais dramáticos na obra. Eu adoro imaginar que este é um belo conto de terror.


Um dia minha amiga Marguit veio a Brasília e pudemos fazer um acervo de fotos vestidas de Chapeuzinho Vermelho, para então eu poder fazer as pinturas e seus estudos originais. Infelizmente estava chovendo muito no dia e meus planos de tirar as fotos no parque Olhos d’água foram embora. Tivemos que ensaiar em um ambiente fechado.


Eu utilizo de fotos de minha autoria com modelos que se disponibilizam para posar. Já fiz um acervo deste com alguns modelos e dentre eles eu pintei 3 pessoas. Portanto, quem quiser aí colaborar comigo, seja bem vindo!


Nesta pintura eu quis ressaltar um aspecto não macabro, mas sim possuir um ar medieval e ao mesmo tempo fantasioso, mas com um pouco de pé no chão. Diferente de usar um lobo gigante e negro, eu preferi optar por um lobo de verdade e cinza. Para uma atmosfera medieval, além da roupa, eu utilizei uma borda dourada em formato de ogivas. Remetendo então ao dourado as iluminuras bizantinas e as ogivas da arquitetura da época tanto presente das catedrais e janelas. Para isso foi utilizada a folha de ouro. Esta foi a minha primeira experiência com o material. 


Da ogiva que veio o nome: "Ogiva de fadas", remetendo então ao medieval presente nos contos de nossa infância como uma verdadeira fã do período histórico. 


A imagem possui três planos: a Chapeuzinho, o tronco onde o lobo está subindo e o fundo da floresta, essa ultima com um ar mais fantasioso e nebuloso onde as árvores aparecem como listras claras num fundo escuro remetendo a uma atmosfera mais dramática e melancólica. 






Eu utilizei a imprimatura avermelhada (mistura de red light com sombra queimada) e as cores utilizadas na pintura foram: 
Flake white da Winsor and Newton
Ocre da Rembrandt 
Sombra queimada da Gamblin
Vermelion da Van Gogh
Preto da Corfix
Raw sienna da Pebeo
Terra verde da Rembrandt
Alizarim Crimson da Gamblin
Azul ultramar da Pebeo
Paynes Gray da Corfix


Hoje eu estou pintando um outro quadro da Marguit e quando ele ficar pronto, eu venho aqui para mostrar para vocês!



quarta-feira, 7 de março de 2018

Minhas últimas compras de materiais em arte


Oi Pessoal!



Mais um ano se passa e eu venho aqui dizer que eu não abandonei o blog. O ano de 2017 foi uma correria pra mim. Eu formei em Arquitetura e não tive tempo nem para cagar (brincadeiras a parte).
Até que consegui produzir poucas coisas e em breve elas serão postadas. 


A postagem de hoje é sobre minhas compras de materiais em arte nos Estados Unidos. Eu não me recordo exatamente o preço de cada produto, mas imagino que no site da Blick deve ter os preços. Blick: guardem bem esse nome caso você resolva comprar materiais artísticos por lá.

Podem acessar o site:  https://www.dickblick.com/ 

Obviamente eu não entrei apenas nessa loja e imagino que devem ter outras muitas. Porém esse foi o local que achei mais organizado e com preços mais em conta. Haviam MUITOS produtos em promoção.


Em 2012 eu comprei um série de aquarelas da Winsor e Newton, aquelas de 5 ml. Eu inocente acreditando naquele CLICHÊ de estudante de artes: “aquarela boa dura a vida toda”... típico de quem não entende nada de pintura e que só pega seus estojos uma vez na vida e outra na morte. Algumas cores já passaram da metade e além disso, eu também queria experimentar cores novas e difíceis de serem criadas por misturas.



Vamos começar com o que comprei:


Comprei esses dois sabões de pincéis. O que vem no pote foi muito bem recomendado, já o verde eu comprei mais na curiosidade e porque estava baratinho. 




Máscara para aquarela: eu queria a da Sennelier por ser verde e menos difícil da gente confundir com o papel. Só que encontrei apenas da Winsor & Newton. A minha antiga máscara é ainda daquela versão de vidro e tenho minhas dúvidas se ela ainda presta. Essas máscaras sempre são fedorentas e hoje ela está mais fedida que o normal! Ela tem 7 anos e não estão chorando por ela está estragada. Usei bastante e pude aprender bastante com ela. Agora tenho outra para substituir. Porém não vou jogar esse vidro quase "vintage" da W&N fora, haha. 





Esponjas marinhas: eu tenho duas que comprei há 5 anos e ainda estão em bom estado. Na verdade essas esponjas duram um bom tempo! Mas queria experimentar outros tamanhos e texturas. Eu AMO AMO AMO esponjas do mar!



Guache da Winsor & Newton: todos os meus guaches são da Talens e eu sou muito curiosa em marcas difentes. Esse aqui é na cor natural umber (sombra natural). Uma ótima cor para fazer cabelos loiros. 



Dois marcadores da Tombow e um da Blick, a própria loja. Sim, as próprias lojas tem seus materiais. 



Esse pincel de marta tamanho 6 da Renoar M Grumbacher. Tenho gostado muito desse tipo de pêlo para pintura a óleo.



AQUARELAS: uma neutral da W&N (acho que está inclusive saindo de estoque, foi difícil de encontrar), violet dioxazine da Sennelier, Warm gray da Sennelier, Turquoise da Sennelier, burt umber (sombra queimada) da cotman, indigo da cotman, raw sienna (sienna natural) da cotman, vemelhio de cadmio da cotman e o sap green também da cotman. 




Verniz de retoque, um da Utrecht e outro da W&N. Amo muito esse verniz e penso em fazer uma postagem a respeito.



Um Flake White e um Raw Sienna da Williamsburg


Uma tinta purple dioxazine da Gamblin 1980, linha que eu estava curiosa para experimentar!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Minha última pintura de 2016

Foi numa festa medieval em 2012 que eu tirei uma foto linda da Gabriela numa tocha acesa. Eles foram bem espertos de colocar aquilo na festa, pro pessoal fotografar. A imagem ficou linda e eu pensei em pintar um quadro dela.





Um ano depois eu pintei o quadro. Tinha comprado alguns manuais de pintura realista, porém é bem complicado seguir esses manuais sem ajuda de alguém já experiente para te dizer onde você está errando. Se tem uma coisa que muitos amigos artistas vão concordar comigo é que um momento da vida que é muito engraçado é quando  agente olha trabalhos antigos. Eu não sei se dou risada ou se choro por ter tido coragem de mostrar tanta porcaria na internet. A mesma coisa aconteceu com essa pintura. Na época eu achei até legalzinho e tive coragem de publicar aqui no blog.



Poucos meses depois da pintura pronta eu desisti de pintar com óleo. Falei que não era pra mim. Até que eu vi o anúncio da aula de pintura realista lá no Par de Ideias. Conheci o Marcelo, professor do curso. Fiquei nessa aula cerca de 3 anos para pegar as técnicas antigas de pintura tradicional.


Foi no final do ano passado que eu estava vendo minhas pinturas antigas e comecei a rir muito. Achei essa pintura da Gabriela e morri de vergonha, hahahaha. Eu pensei: a foto tão linda merecia uma nova pintura. Preparei uma tela com imprimatura escura e fiz o ebauche marrom com sombra queimada. Eu precisava salvar minha reputação depois de ter visto aquela pintura horrorosa que tinha feito em 2013.


Eu passei mais ou menos 3 semanas pintando o novo quadro da Gabriela, fechei o ano de 2016 salvando minha reputação como pintora, hahaha! Posso dizer que pelo menos depois de um semestre de tcc eu consegui terminar 2016 com uma pintura grande e que eu gostei. Eu sempre quis aprender a pintar de maneira acadêmica e em especial com essa iluminação dramática proveniente do Barroco. Acho que a imprimatura escura é um bom caminho para a pintura com esse jogo dramático de luz e sombra.


Foram muitas camadas no rosto para conseguir um resultado que me agradava. Eu tenho gostado muito do efeito das veladuras opacas na pele, elas realmente fazem a pintura saltar e ter o volume que agradam nossos olhos. Infelizmente essa mão não ficou como eu queria, eu devia ter feito outros estudos de mãos nessa pose, mas gostei das cores.


Concluí semana passada uma outra pintura com iluminação dramática com imprimatura escura. Em breve postarei aqui. Pretendo trabalhar mais vezes o jogo de luz e sombra barroco, fiquei apaixonada por isso!






Para quem tiver interesse, eu estou com uma turma de fundamentos da pintura no Par de Ideias na 112 Norte. Venha conversar com a gente!




Cores usadas:

Sombra queimada, Winton;
Vermelho da China, Corfix;
Ocre, Winsor and Newton;
Branco de titânio, Georgian Oil;
Alizarim Crimson, Gamblin;
Amarelo de cádmio, Winton;
Amarelo limão, Gamblin;
Azul cerúleo, Gamblin (sim, usei no fogo);
Terra de Siena, Pebeo;
Siena queimada, Pebeo;
Preto de marte, Maimeri;

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O segredo - óleo sobre tela

Já tem um tempo que a minha pintura “O segredo” tinha sido exposta no Par de ideias, só que até então eu não tinha tirado uma foto que prestasse. Um dia de tarde eu juntei alguns quadros e a Maísa os fotografou no sol. Até que enfim faço uma postagem sobre dela!

Este quadro foi um trabalho original realizado na aula do Marcelo, que é de pintura realista. A proposta era fazer uma pintura por base de uma foto que eu elaborasse. Eu quis trabalhar com um pouco com a antiguidade greco-romana, afinal essa é a minha primeira pintura clássica! Eu  queria buscar simbolismos, que também era uma temática neoclássica.

Eu tinha visto algumas pinturas do Bouguereau com simbolismos de jarro na ambuiguidade e em outras culturas: algo que guarda segredo, conhecimento, um saber. Eu quis uma figura humana olhando dentro do jarro, tentando descobrir o segredo. Explorar a curiosidade e descobrir o que há la dentro do jarro.  

Tratei de arrumar tecidos brancos para criar uma roupa grega simples. Um primeiro ensaio foi realizado no Parque Olhos D’água, onde pedi para que a Elisa vestisse a roupa grega. Porém as fotos não me agradaram tanto. Eu preferi fazer um teste na luz da manhã e a Ana Beatriz posou para mim no Parque dos Jequitibás aqui em Sobradinho. Eu queria uma composição mais diagonal para maior movimento do olhar.

Selecionei as fotos e preparei a tela como de costume e toda aquela etapa inicial de imprimatura e ebauche colorido foram feitos. Acontece que o Marcelo foi para a França e eu acabei começando uma pintura nova com o Felipe Salsano. Só depois de 3 meses que peguei na pintura outra vez.



Foi este o resultado da pintura! 

Também venho aqui dizer que estou participando da equipe do Par de Ideias como professora de Fundamentos da Pintura e Desenho de Perspectiva e Croqui! Quem se interessar, passe la no ateliê para a gente conversar sobre isso!


As cores usadas foram:

-ivory black (preto) da Gamblin;
-sombra queimada da Gamblin;
-Vermelho de cádmio da Maimeri;
-Ocre da Rembranth;
-Branco de titânio da Rembrandt;
-Alizarin Crimson da Gamblin;
-Azul cerúleo da Gamblin;
-Azul ultramar da Pebeo;
-Terra de Siena da Pebeo;
-Terra de Siena queimada da Pebeo;

-Amarelo de Nápoles da Gamblin;

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Aquarelas novas e minha forma de "armazenamento"

Oi povo lindo!


Como é bom ter tempo de postar aqui! Estava com saudade disso!


Não sou nenhuma expert em aquarela e ainda tenho muito que aprender, no entanto foram 5 anos usando esse material maravilhoso. Pude ver desenvolvimento ao longo desse período. Foram 3 meses de aulas com a Helena e 4 aulas com a Maísa, além de pegar tutoriais em livros e na imensidão da internet. Ainda quero fazer ilustração científica e workshops quando puder (quero dizer: $$$). Eu tenho usado o material para hobby, arte, quadrinhos e para desenho de Arquitetura.



O que posso dizer é que a aquarela, diferente do óleo, é um material doce! Ela é fluida e leve. Foi com ela que eu pude estudar melhor teoria de cor e também desenvolver o que eu poderia chamar de “minha paleta”. Comecei com um joguinho de 12 cores e com elas fui criando minhas misturas. Com o tempo fui adquirindo mais materiais e sentia a necessidade de novas tonalidades, além de ter certas cores já “prontas”. As vezes ter um vermelho ou um roxo já prontinho ajuda muito no processo, haha! Porém, tomem cuidado com as cores que saem puras da embalagem. O bom é a gente sempre fazer misturinhas e ver cores lindas surgindo.



O meu primeiro joguinho foi um estojo de 12 cores da Cotman em pastilhas. Depois que eu entrei na aula, quis economizar essas aquarelas e comprei um estojo da Pentel, tinta mais barata, porém em bisnaga. Muita gente me pergunta como usar aquarela em bisnaga. Algumas pessoas falam: “eu gasto muita tinta quando uso bisnaga, acho que não sei como se usa, sempre acabo exagerando na dosagem”. Sendo assim eu decidi fazer essa postagem, explicando como eu faço desde que adquiri bisnaguinhas.



Eu ganhei da minha irmã um jogo de aquarela de 24 cores da Royal & Langnikel e aproveitei para armazenar da forma como faço com todas as aquarelas em bisnagas. Tirei foto para vocês!



Quando eu adquiri as tintas da Pentel, minha professora indicou comprar o godê que abre e fecha, assim ele serve como um estojo e você pode levar para onde quiser. Fiz então a mesma coisa com as tintas da Winsor & Newton, comprei outro godê igual e armazenei da mesma forma. Ele custa cerca de 25 reais. Em cada “pan” você preenche com certa quantidade de tinta. Não precisa ser o conteúdo do tubo inteiro. A tinta vai secar e vai ficar como uma pastilha.





Eu tirei toda a aquarela da Pentel sem dó e nem piedade para colocar as tintas novas. Hoje vejo que as tintas da Pentel deixam a desejar. Foi feita uma postagem sobre elas aqui no blog há um tempo.









Depois que eu usar as novas aquarelas, venho aqui para mostrar o que achei! Espero ter ajudado vocês!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Nu na cabana tropical, óleo sobre tela


Oi pessoal!

Ando sumida, mas não abandonei o blog. Eu já tinha dito que eu estaria ausente por conta da faculdade e de um projeto pessoal que em breve teremos uma postagem sobre ele. Venho aqui agora que estou de férias mostrar a vocês um quadro que fiz neste semestre. O nome dele é “Nu na cabana tropical”.


Depois que entrei na aula de pintura realista passei a pensar melhor em estudos e fotografar por minha conta modelos e pessoas interessadas em posar. Foi assim que fotografei a Camila para as duas pinturas que postei aqui. Aproveito então e fotografo várias vezes a mesma modelo para que eu tenha um acervo pessoal de fotos. Pra quem não sabe, usar fotos de outras pessoas mesmo para pintar é plágio.



A Bianca se ofereceu para posar, o que por sinal foi ótimo, já que ela tem um ótimo equipamento de fotografia. Pudemos fazer algumas fotos com característica barroca e outras fotos com luz menos dramática. Uma das fotos “barrocas” está sendo pintada no Par de Ideias. Porém uma foto dela sentada numa poltrona na frente da janela foi aproveitada para pintar aqui em casa, no meu ateliê.



Estou em uma fase na minha vida apaixonada pela madeira. É um material que eu tenho estudado por conta própria e penso em um dia fazer mestrado em estruturas. Queria construir casas e cabanas de madeira e já que não posso morar em uma, eu posso fazer isso por meio da arte. Por isso que a Arte é sensacional. Ela serve como um mundo virtual onde podemos ser o que quisermos e podemos está numa cabana tropical numa ilha maravilhosa. O De e a Pintura são minhas melhores fugas da realidade.



Esse é um dos motivos pelos quais eu sempre quis aprender a pintar e desenhar de forma “realista”. Por mais que dizem que ela “limita” o artista, eu penso totalmente o contrário, ela me liberta. Posso então criar o que quiser e produzir imagens lindas ou que gostaria de ver ou presenciar. Sendo assim foi aí que eu aproveitei o cenário da casa da Bianca para brincar com essas virtualidades. Eu transformei a parede de alvenaria tradicional em parede de madeira, para virar uma cabana. A vegetação na janela ajudou um pouco nisso, são plantas tropicais que fazem parte de toda essa atmosfera.


Eu poderia ter feito um tecido estampado cobrindo o corpo da modelo, mas confesso que não sou muito fã de estamparia. Até gostei do resultado do tecido tropical nas aquarelas, mas na pintura a óleo talvez não seja esse o momento.


Ainda tenho dificuldade em fazer pés, penso em fazer muitos exercícios de mãos e pés no ano que vem. Acho que irão contribuir para próximas pinturas. Porém fiquei muito feliz com o resultado do rosto e dos seios. Achei bem realista. Eu havia feito outro quadro desta mesma fotografia, porém ficou horrível e duro. O lado bom foi que serviu como um estudo para essa pintura.

(detalhe ampliado)
(em processo)



Se tratando de materiais, eu comprei duas tintas de uma marca chamada Georgian Oil, da Dawler Roney, marca britânica de 1783. Comprei um branco de titânio e um branco “underpainting”, o que seria uma tinta para preparação da tela, a imprimatura. O resultado: notei que é uma tinta bem oleosa, porém bem homogênea. Camadas inferiores não devem ser muito oleosas para evitar rachaduras, mas fica o aprendizado. Gosto de experimentar marcas novas para descobrir qual o melhor material para pintar. Sendo assim já sei que não vou mais comprar essa marca. 


Cores usadas na figura humana foram: 
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  •  amarelo ocre Rembrandt Talens;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • vermelho da China (ou vermellion red deep) da Corfix;
  • Alizarim Crimson da gamblin;
  • Ivory black da Gamblin;
  • Siena queimada da Pebeo;

Cores na parede:
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  • amarelo ocre da Rembrandt Talens;
  • Terra de Siena da Pebeo;
  • Siena queimado da pebeo;
  • Sombra queimada da gamblin;

Cores na vegetação e céu:
  • Azul ultramar da Pebeo;
  • Azul cerúleo da Gamblin;
  • Ivory Black da Gamblin;
  • Branco de titânio da Georgian Oil;
  • Amarelo limão da Corfix;
  • terra de Siena da Pebeo;

Cores na poltrona:
  • sombra queimada da Gamblin;
  • siena queimada da Pebeo;
  • terra de siena da Pebeo;
  • amarelo ocre da Rembrandt Talens;
  • ivory black da Gamblin;
  • Azul ultramar da Pebeo;
  • Azul cerúleo da Gamblin;
  • Gris de payne da Corfix;
Cores no tecido:
  • branco de titânio da Georgian Oil;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • azul cerúleo da Gamblin;
  • Amarelo ocre da Rembrandt;

Cortes no chão:
  • ivory black da Gamblin;
  • sombra queimada da Gamblin;
  • siena queimada da Pebeo;
  • terra de siena Pebeo;
  • branco de titânio Georgian Oil;

Para intensificar as sombras no piso e na parede usei o gris de payne da corfix diluído com óleo para ficar transparente.


Gosto de escrever as cores e as marcas, pois este blog serve como um caderno pessoal de estudo. Com o tempo algumas tintas podem causar rachaduras e eu posso observar com o tempo quais foram as que se adaptaram melhor a medida que o tempo passa. Geralmente tintas com melhor qualidade e mais pigmentadas tendem a ficar bem opacas depois que secam, já as muito oleosas ficam mais brilhosas. Eu notei que onde eu usei bastante branco dessa marca Georgian Oil é onde mais tem brilho. 

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Dona Samyra e seus dois maridos - aquarela e guache

Eu me lembro da primeira vez que usei guaches de qualidade. Uma professora havia mandado comprar guaches da Talens das cores: amarelo, magenta, ciano, preto e branco para que pudéssemos treinar estudo de cores. Eu disse que não compraria um guache que custava mais de 15 reais. Até que minha amiga me emprestou os dela e realmente, eu vi uma grande diferença.


Eu associava até então guache como uma tinta meramente escolar. Eu nem sabia direito o que eram aquarelas. Para quem não sabe, a aquarela é uma tinta a base de água que funciona com camadas transparentes de água colorida. São compostos basicamente de pigmento e goma arábica. O guache é uma aquarela, porém opaca. Enquanto a aquarela faz camadas transparentes, o guache faz camadas opacas. Para isso, é acrescentado na mesma receita da aquarela o carbonato de cálcio para dar carga e opacidade. É por isso também que aquarelas de má qualidade geralmente recebem carga para render e por isso acabam sendo mais opacas que aquarelas de qualidade. Ou seja, tem aquarela por aí que é guache, o que pode ser prejudicial para certas propostas.


Não é de agora que às vezes eu uso guache quando quero efeitos opacos nos meus desenhos. Principalmente depois que eu comprei algumas cores da talens. Realmente é um guache bem pigmentado e a cor é bem saturada. O magenta não é igual dessas marcas populares que parece mais mistura de rosa com lilás. O ciano então não é aquele azul claro sujo. O preto é realmente preto. É aquele tipo de guache que chega a ser duro de trabalhar sem diluir com água. É um material que rende bem.


Esses dias comecei a pintar um desenho todo com base na aquarela. Como eu queria efeitos mais realistas e detalhados, eu decidi assumir o guache. Além de testar acrílica em partes brancas puras, já que eu notei que o guache não dá o resultado esperado nesse requisito. No entanto para os detalhes dos cabelos da mulher, no tapete, narguilé, almofadas, lanternas e penas de pavão a tinta opaca foi utilizada com um pouco de diluição em água.


Existem aquarelistas que prezam mais pela pureza do material e manter o papel sem cor onde desejamos o branco. Não acho de forma alguma que eles estejam errados e de fato o melhor branco é o do papel. Até que eu e outras pessoas começamos a reparas que minhas aquarelas são muito carregadas em camadas e com escuros destacados, procurando imitar uma pintura a óleo. Então estou seriamente pensando em comprar outras cores de guache para testar o material puro nas minhas ilustrações, já que ele é opaco.


Eu sou contra o uso mix de material (acrílica e óleo) na pintura sobre tela. Sabemos que a tinta óleo se comporta totalmente diferente da acrílica por ser feita com óleo de linhaça. Mas dependendo do tipo de ilustração feita no papel eu acho que cabe sim misturar guache, aquarela e pastel para efeitos de fumaça, vidro, luz, pedra e texturas, embora resultados bons possam ser conseguido persistindo na aquarela. Obviamente o mix de material é feito para conseguir efeitos que a aquarela sozinha não conseguiria. Em, alguns desenhos eu assumo digamos que a aquarela pura, mesmo tentando ao máximo o resultado possível somente com o mesmo material. Mas há outros desenhos que eu realmente quero o resultado mais almejado com maior rapidez e praticidade. Eu digo isso porque muitos ilustradores que eu gosto fazem isso e obtém resultados perfeitos.



Bom, tinha tanto tempo que eu não desenhava num papel A4. Até que bateu  saudade de treinar mais uma vez composições com mais de uma figura humana. Trouxe então a dona Samyra e seus dois maridos!




quinta-feira, 7 de julho de 2016

testando óleo sobe papel

Tem um bom tempo que não posto aqui! Não abandonei o blog, acontece que eu estou num projeto longo e tive pouco tempo para produzir outras coisas. Como estou de férias voltei a fazer uns experimentos e vim mostrar aqui para vocês.


Já tinha um tempo que fiquei sabendo de um papel para pintar com óleo. Achei a ideia prática para fazer estudos, pois telas ocupam espaço. Além do mais eu me amarro em ilustração, mas até então eu só fazia com aquarela. Pensei em juntar arte fantástica com o óleo e um pouco do conhecimento que tenho do material. A proposta era testar tinta óleo num papel de gramatura 300 (papel de aquarela).

Eu não cheguei a comprar o papel próprio disso, então antes da aquisição pensei em fazer uns estudos com papel que tenho aqui em casa. Claro que antes de pintar eu fiz a imprimatura, só que com menos óleo do que se usa na tela. Feito isso fiz um desenho com lápis e depois o ebauche. Dois dias depois fiz a pintura em uma madrugada só.

A princípio era um retrato, mas aí resolvi colocar um universo fantástico no meio. Pensei em algo meio folk, com penas saindo dos cabelos dela. Também aproveitei para fazer colagens com papel prata, já que era em um papel e uma experimentação.


O resultado foi esse. Por enquanto não houveram rachaduras e nenhum problema com o papel, ele continua bem resistente e nada de absorver o óleo. As penas não secaram ainda, acho que amanhã elas ficarão secas. Já tenho mais outro estudo sendo feito sobre papel. Depois venho aqui com o resultado.



Cores usadas:

Mixed white (é uma tinta branca que é feita com a mistura de zinco e dióxido de titânio)
amarelo de nápoles
amarelo de nápoles rosado
ocre
vermelho de cádmio
sombra natural
preto
terra de sienna
sienna queimada
griz de payne

sábado, 16 de abril de 2016

Ali Cavanaugh

Ali Cavanaugh é uma artista norte americana nascida em 1973. Ela estudou pintura num College e depois fez residência em Nova York.



A artista tem fama nacional e internacional e seus trabalhos são objetos de muitas exposições nacionais, internacionais, coletivas e individuais. Além de também serem capas de CD, revistas e numerosas publicações impressas, incluindo The New York Times Magazine, American Art Collector, Aquarela do artista americano. Ela pintou retratos da revista Time e The New York Times. Seu trabalho é destaque em mais de 400 coleções particulares e corporativos em toda a América do Norte, Europa, Ásia e Austrália. Atualmente vive em St. Louis, Missouri, com o marido e os quatro filhos.


Em relação ao seu trabalho as palavras da pintora são: “Minha dependência do mundo visual começou quando eu perdi muito da minha audiência através de meningite aos 2 anos de idade. Esta perda foi uma bênção disfarçada como eu aprendi a depender de linguagem corporal e leitura de lábios para se comunicar. Então, de meus dias mais jovens, tornei-me sensível às pessoas ao meu redor e a linguagem silenciosa reveladas por meio de composições do corpo humano.


Meu fascínio com a dicotomia da existência visível e invisível em humanos tem sido uma pedra angular conceitual para a maior parte da minha carreira como um artista figurativo. É no momento de hesitação quando se passa para o espaço interior do pensamento, que eu encontrar inspiração. Eu me esforço para pintar não só as feições delicadas da pessoa externa, mas para capturar a presença invisível concurso que transcende a compreensão em profundidade de uma alma. Na minha experiência em trabalhar com as pessoas que eu pinto, eu descobrir repetidamente o profundo mistério da existência.”

Ela passou os últimos sete anos desenvolvendo seu processo e se refere a suas pinturas como "afrescos modernos", porque eles são tão singularmente diferente do que o que nós sabemos de pinturas como aquarela tradicional. Este revestimento de argila da superfície é delicada ao toque, mas muito resistente ao meio da aguada.


Cheguei a ver o site oficial dela e seus trabalhos tem fases diferentes. H[a uma fase bem realista, embora o trabalho seja feito com aquarela. Mas a fase que mais gostei foi a immerse, onde ela pinta crianças abusando de cores frias, como verde água para as sombras. Assim podemos notar um efeito de água ou reflexo dela nas lindas crianças. A pintura é bem manchada, no entanto bem realista. É um verdadeiro trabalho delicado!