domingo, 19 de maio de 2013

Projeto de Trabalho Educativo


Oi pessoal

Estou no 7° período do curso de licenciatura em Artes Visuais da UnB e estou fazendo o meu último estágio obrigatório. Eu tenho que cumprir 20 horas e estou estagiando no COSE – Centro de Convivência (SEDESTE) de Sobradinho DF, onde me receberam muito bem. O local atente crianças e adolescentes no período contrário a aula deles. Eu escolhi fazer um conjunto de oficinas de desenho ao invés de dar aulas em uma escola, acho que fazer em um local alternativo está mais de acordo com a proposta do trabalho.

O nome do projeto é “Aprendendo a desenhar o corpo humano” e esse projeto é composto por 4 oficinas: oficina de composição e elementos da composição, oficina de desenho de observação (com esquemas, proporções e geometrização das formas),  oficina de luz e sombra e oficina de como inserir a figura em um ambiente e perspectiva.

É visto que o ensino de desenho (e ênfase) no Ensino Fundamental é deixado de lado após o 5° e 6° ano. É comum ouvir comentários de estudantes que se dizem incapazes de desenhar e fazer representações (sejam elas da realidade ou fantasiosas) por meio de desenhos. É preciso que os estudantes recebam um pouco de motivação, auxílio e mediação para que eles deixem o medo de desenhar de lado para poder desenvolver melhor suas composições para que eles consigam representar a realidade ou elementos de suas imaginações por meio do desenho. A proposta então é de fazer oficinas de desenho para grupos de alunos entre 11 a 12 anos, já que grande parte deles acabaram de concluir a primeira fase do Ensino Fundamental.

Eu confesso que estava nervosa, já que nunca tinha dado aulas antes e ainda mais para crianças, porém foi melhor do que eu esperava.
Para concluir as 20 horas o mais rápido possível, eu resolvi estagiar nos dois turnos da quinta feira e no turno da manhã na sexta feira. Então o que aconteceu foi que eu peguei duas turmas, uma da manhã e outra da tarde.

Nessa primeira quinta feira, realizamos a primeira oficina, que é a de composição e elementos da composição, como por exemplo, trabalhar a centralização no papel, o sentido horizontal e vertical, simetria e ênfase no aproveitamento do espaço. Eu sempre tocarei essa tecla com eles. O material usado foi papel A3 para que eles pudessem desenvolver melhor o traço. O primeiro exercício foram “rabiscos” para aquecer a mão. Depois os elementos da composição foram vistos e trabalhados em um desenho de tema livre. Depois de pronto, os desenhos foram comentados de forma mais motivadora possível.  Após essa tarefa, trabalhamos o desenho de figura humana, onde a composição e o aproveitamento de espaço foram levados em consideração.

A turma da manhã era composta pela maioria de 11 anos e no geral eles estavam bem tranquilos. Pode ser por ser o primeiro dia de oficina, bom, espero que continuem assim. Eles eram tímidos e na hora de falar, eles ficavam calados. Na atividade de aquecer a mão, eles ficaram bem receosos e com medo de “errar”, porém esse era apenas um aquecimento. Em geral nessa turma, esse exercício foi bem "tímido" e eles ficaram bem preocupados.

(o trabalho do Vinicius eu achei que lembro um pouco o Kandinsky)


 Depois disso, trabalhamos o desenho de tema livre levando em consideração o sentido horizontal ou vertical. A maioria resolveu fazer paisagens por conta do sentido horizontal da folha. 

(esse trabalho eu achei bem interessante, o Edimar virou pra mim e me pediu uma outra folha dizendo que tinha "errado". Eu perguntei o motivo do erro e ele me disse: "fiz o castelo no canto e devia ter sido no centro" então trabalhamos juntos no que ele achava que tinha errado e acabou que o desenho ganhou uma floresta, fazendo com que a composição aproveite maior espaço do papel)


(outra composição bem interessante, onde o Vinicius trabalhou corações no centro e aproveitou o espaço para colocar flores, nuvens e outros elementos)

 (outro trabalho bacana, onde o Vinicius fez algo diferente, todos fizeram paisagens com o papel no sentido horizontal e ele fez uma paisagem com o papel na vertical. Ele aproveitou bem o espaço e fez um desenho bem fofo)

(vejo que esse típico desenho de casa e árvores está meio que impregnado na cabeça das crianças e todos nós já  fizemos o mesmo. Não que eu esteja reclamando dos desenhos (esse foi tema livre) e outra coisa, mudar o tipo de paisagem não é bem a proposta do trabalho, já que a ênfase é no desenho do corpo humano. Isso é apenas uma observação minha).


Agora vai ai alguns desenhos de figura humana! Os meninos e eu estávamos empolgados nesse momento e tivemos desenhos bem bacanas! 


(uma pena que o traço do Edimar ficou muito fraquinho e eu sou uma péssima fotógrafa, pros vascaínos de plantão, ele fez um jogador do vasco)

(muitos deles gostam de mangá, alguns disseram que vão trazer pro próximo encontro umas revistinhas)

(Um dos maiores desafios de lidar nesse trabalho é com a falta de auto confiança das crianças. As vezes eu não sei se é preguiça ou se é falta de auto estima. Essa garotinha que fez esse desenho passou o encontro todo dizendo que não sabia desenhar. Eu sentei ao lado dela e disse que ninguém nasce sabendo e que eu não estava la pra dizer se ela estava desenhando feio ou bonito e sim estava la pra trabalhar com ela para que o grupo possa desenvolver o desenho. Ela disse: “a menina ficou vesga” e eu disse “mas existem pessoas vesgas no mundo, não é”. Foi um momento de descontração até bacana, todos nós rimos. O desenho dela não é tão diferente dos desenhos dos outros colegas, porém ela colocou na cabeça que não sabe e é preciso que trabalhemos nisso).


A turma da tarde é composta por crianças mais agitadas, porém eles eram mais participativos na hora de falar. Algo que achei bem bacana e diferente da outra turma é que na hora do aquecimento (aquele exercício de riscar) eles botaram mesmo a mão na massa e soltaram o traço. 



A composição e seus elementos foram vistas pela turma da mesma forma que na turma da manhã, porém grande parte deles acharam chato (o que eu temia) e no geral o resultado ficou diferente dos alunos da manhã. Claro que alguns trabalhos saíram bem bacanas. Da mesma forma como na manhã, após o exercício de aquecimento, um desenho livre foi feito para trabalhar com a centralização, aproveitamento de espaço, sentido vertical e horizontal. Em geral nas duas turmas, o pessoal gostou de usar paisagens para fazer composições mais horizontais.



(Esse desenho da Sabrina ficou muito bacana. A Sabrina é uma menina de 12 anos que gosta muito de desenhar, tanto ela quanto o irmão de 11, o Iuryk. Os dois gostam de mangá. Esse trabalho dela já apresenta um pouco de perspectiva, além de ficar bem diferente do desenho dos outros colegas)

Depois fizemos desenhos de figura humana e também tivemos resultados bem legais.



(Esse é o desenho do Iuryk, irmão da Sabrina. O pessoal gostou muito do trabalho dele. Aos poucos vamos trabalhar mais e inserir o desenho de mãos e pés - que ele não fez)

(Outro desenho da Sabrina que o pessoal também adorou)

(a menina que começou a fazer esse desenho fez essa boneca maior antes de todas, sem levar em consideração a centralização e o aproveitamento de espaço. A verdade é que eu percebi que ela estava com preguiça, então chegamos a conclusão de colocar mais outras garotinhas pra aproveitar mais o espaço da folha, mas ela não quis terminar o desenho).

(Esse desenho está legal, a menina já tem uma noção das curvas do corpo feminino e seios).


Bom pessoal, por enquanto fizemos isso. Aos poucos vou postar aqui (tentarei fazer isso semanalmente) para quem tiver interesse em acompanhar e também para divulgar o trabalho. Eu não coloquei todos os desenhos de todos os alunos, afinal ocuparia muito espaço e também eu nem sei se a maioria deles continuarão indo pras oficinas.



sexta-feira, 26 de abril de 2013

Como deixar a faculdade de Arquitetura menos chata



Oi pessoal!



Que saudades de escrever aqui! Eu estou atolada de coisas e deveria está fazendo trabalho agora, mas cansei e vim aqui pra escrever e relaxar. Esse blog é o único local que eu gosto de escrever. Eu não tenho que agradar ninguém e posso escrever o que sinto e o que quero sem ligar pra formalidades.


Eu não tenho tempo pra fazer nada de interessante, porém estou tentando gostar de Arquitetura. Fiz uma experiência que está dando certo até agora que é de fazer croquis e depois aquarelar. Parece ser uma coisa tão óbvia: “OH, QUALQUER ESTUDANTE DE ARQUITETURA FAZ ISSO”, mas não é! A maioria das pessoas na arquitetura da minha faculdade nem desenham (disse a maioria, ok?), uns porque não têm tempo, outros porque não gostam e não sabem desenhar, ou as três coisas. 

Como eu não consigo ficar muito tempo sem fazer algum tipo de trabalho manual (seja ele artesanato, desenho ou pintura) resolvi deixar a minha graduação mais doce desenhando e pintando o máximo que posso. 



Tenho que terminar um trabalho de Urbanismo que a proposta é fazer uma intervenção na área central de Taguatinga onde engloba a praça do relógio, a C8 e a c12. 



Todos os desenhos foram feitos rapidamente, assim como a pintura. 


























Antigamente eu achava que todo arquiteto sabia desenhar e gostava disso, hoje vejo que nem é assim. Posso está errada também (espero). Tinha uma época na minha faculdade que a moda era comprar uma tal caneta tombow que custa os “zoio da cara” e nem usavam. Se bem que os professores me fizeram comprar um tanto de coisa que eu quase não usei, como foi o caso de um compasso de quase 70 reais. 


A maioria dos trabalhos expostos nos murais da minha faculdade só tem fotos de maquetes eletrônicas e plantas feitas no computador, raramente vejo um croqui. Acho que quando a gente faz croquis e coloca no trabalho, nós estamos colocando nós mesmos. Os croquis não precisam ser desenhos muito bem detalhados (não que seja uma regra), mas é interessante que possamos colocar nossas expressões nos trabalhos. É legal conhecer os traços de cada um.
 

Pra disciplina de projeto eu usei lápis de cor algumas vezes e fiz uns croquis com canetinha (já sei que vai vir aqui algum estudante de arquitetura chato implicar porque eu fiz croqui com canetinha e não com nanquim).

Esses são alguns croquis dos edifícios comerciais da quadra 207 norte. Os desenhos originais eram verdes, mas eu editei e gostei mais assim, preto e branco.



Alguns desenhos feitos com aquela caneta stabilo, os desenhos originais são marrons, mas eu também editei pra ficar preto e branco. Economia na hora de imprimir, hehehe.








quarta-feira, 10 de abril de 2013

Alexandre Cabanel e o Nascimento de Vênus


Oi pessoal



Desapareci, mas estou de volta. Estou fazendo duas graduações agora, sendo assim, não tenho tempo pra nada. Também não produzi nada de interessante. Ah, antes que me esqueça, eu voltei pra faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Eu odiava, tranquei por dois anos. Imaginei que minha volta seria péssima, mas até que não está tão ruim assim. Eu tenho até feito alguns croquis pra arquitetura, quem sabe algum dia eu posto aqui.

Estava com saudades de postar algo aqui então resolvi escolher alguma coisa. Não algo qualquer, melhor ficar sem postar do que postar porcarias. Estava olhando pela milésima vez quadros do Bouguereau e resolvi pesquisar mais sobre o Alexandre Cabanel. Queria fazer uma postagem sobre a Vênus dele, que por sinal uma das mais belas Vênus que existem. Porém acho melhor falar um pouco mais sobre ele.

Alexandre Cabanel foi um artista francês nascido em 1823 e faleceu em 1889. Ele produziu obras históricas, religiosas e retratos no estilo acadêmico. Ele, assim como Bouguereau e outros, foi membro do L'art pompier, termo que sugere a artistas franceses do século 19 que retratavam temas mitológicos e outros gostos da burguesia. Ele entrou na Escola de Belas Artes de Paris aos 17 anos. Virou membro do instituto em 1863 e no mesmo ano se tornou professor na mesma instituição. Cabanel foi o pintor favorito de Napoleão III, que acabou comprando sua obra mais famosa, O Nascimento de Vênus.

A obra é um exemplo de técnica, arte e tema popular da época. Lembrando que não devemos achar que a história da arte é algo que interrompe tudo o que se produzia em uma época, o que acontece é que tem coisas que entraram nos livros e nas enciclopédias de arte. Não é porque havia os artistas impressionistas nesse período que só se produzia arte impressionista na França.  

O quadro é carregado de erotismo sem ofender a moralidade da época, já que ela representa um tema clássico, porém não deixava de ser uma figura provocante. Foi motivo para escritores da época para dizer que a figura se assemelhava a uma prostituta, porém por conta de suas cores suaves e pálidas, ela se tornava uma deusa, assim ficando menos indecente.
No mesmo ano, Olympia de Manet causou escândalo. Ambas as figuras são nus deitados, porém o quadro de Manet representava uma prostituta com pose de Vênus e não uma deusa. 


(O Nascimento de Vênus - Alexandre Cabanel)

(Olympia - Manet)


Se eu fizesse um top 10 de quadros que mais gosto, com certeza a Vênus de Alexandre Cabanel entraria. Eu gosto de tudo nele, as cores, o mar (adoro pintura de mar), os anjos e a pose calma e natural da modelo. Também gosto dos longos cabelos ruivos. 



Embora não tenha encontrado muitas obras do artista, vou postar algumas que achei bem interessantes:

auto retrato