quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Estudo de natureza morta e cetim

Oi pessoal!



Eu consegui fechar o semestre com três telas, embora deveria ter feito muito mais. Esta terceira na verdade foi uma natureza morta. Um estudo de tecidos e texturas, portanto aproveitei um cetim rosa claro e umas porcelanas. Montei um pequeno cenário bem simples para uma tela bem pequena, mas digamos que bem "delicadinho". Geralmente eu pinto de observação de foto, mas desta vez não utilizei esse recurso, fiz na observação direta.


Já havia coisa pintada na tela, o que eu fiz foi aproveitar o chassi (a madeira) e coloquei outra lona. Depois preparei com gesso acrílico e imprimatura tradicional que eu faço de costume. O processo da pintura foi um pouco mais direto. Não que seja alla prima, pelo contrário, ele recebeu muitas camadas, processo bem tradicional. Quando falei direto quero dizer que não fiz aquele esquema de contornar o desenho com a camada fina de tinta diluída, o ebauche foi colorido.



Depois desse ebauche colorido eu fui fazendo as camadas até gerar o a pintura final. Essa porcelana deu um enoooooorme trabalho. Aproveitei pra testar misturas de cinza quente e frio para maior contraste. Assim algumas misturas foram feitas com branco de titânio e sombra queimada, outras com branco e preto de marte e outras com um pouco de Nápoles, também a mistura de todas essas cores usadas. Só lá pro final eu coloquei os pontos de luz que na verdade foram uma mistura de branco de titânio com uma pitadinha de preto de marte. Também coloquei um pouco do reflexo rosado do tecido na porcelana. Pontos de luz  apareceram no dourado da estampa do bule e do açucareiro.


Sempre tive uma enorme dificuldade de pintar tecidos, ainda mais cetim. A ideia principal era praticar o cetim. Para isso fiz um processo diferente do que eu costumava fazer. Antes eu ia clareando a cor base com os pontos de luz e escurecendo as sombras. Dessa vez eu fui direto na própria variação de cor que a luz faz no tecido. Já fui preparando na paleta diversos tons de rosa. Eu achei a cor maravilhosa e acho que quero fazer mais composições com esse cetim rosa claro tão fofo! Foram feitas muitas misturas usando uma cor que nem é tão tradicional assim, mas bem prática que é o flash tint (da winton), ou conhecido por aí como amarelo de Nápoles carne ou rosado. Assim sendo, variações usando sombra queimada, vermelho de cádmio, branco de titânio, amarelo de Nápoles, preto de marte e claro, o alizarim crinsom.



Depois de certas áreas terem secado, foi preciso fazer algumas veladuras, entre elas algumas transparentes. Assim eu descobri algo interessante que na verdade faz sentido, mas eu sou lerda e não tinha me tocado. Uma tinta transparente faz um glaci transparente muito melhor. O que é ótimo para sombras. Digo isso porque eu comprei uma terra verde da Rembrandt de ótima qualidade, no entanto muito transparente. Mas esta transparência foi ótima e pude usar até a mesma cor pura para as sombras do fundo.



Uma coisa importante a dizer aqui é que eu tenho uma terra verde da Pebeo que a cor é totalmente diferente da terra verde da Rembrandt da Talens, além da cor o pigmento da pebeo nem é transparente. Afirmo seguramente que a qualidade da Pebeo é inferior da Talens, portanto é devido a esse tipo de coisa que o melhor é procurar tintas com qualidade superior para ter tons e qualidade mais exata. A mesma coisa aconteceu com um alizarim crinson da marca Água que não era tão transparente quanto a da Gamblin. Se tratanto de tintas transparentes eu pretendo procurar outras desse tipo, alguns tons de marrom. Algumas marcas disponibilizam no rótulo a transparência/opacidade do produto.




Outra coisa que tenho notado é que o preto de marte é mais quente que o ivory black, que misturado com o branco praticamente forma um cinza azulado.

Cores usadas
branco de titânio
preto de marte
amarelo de nápoles
flash tint (winton)
amarelo ocre
vermelho de cádmio
sombra queimada
alizarin crinsom
terra verde (pebeo)
terra verde (rembrandt)
amarelo de cádmio 

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