segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Mais um estudo a óleo, Camila

Oi pessoal!



Mais um quadro terminado! Já estava desesperada pra terminar antes de viajar. Pelo menos consegui. Parece que por eu ter pintado a pouco tempo o outro quadro da Camila, este novo ficou mais fácil e rápido. Tomara que eu consiga pegar esse bom ritmo de produção com tinta óleo. Como eu vivo dizendo aqui, sou meio travada com esse material, embora eu ache a tinta a óleo superior a todos os outros materiais. Eu produzo muito com aquarela, queria ter a mesma disposição para a pintura em tela.


Como já foi dito, esta é a mesma modelo do quadro anterior, a Camila. Fizemos uma seção de fotos na casa dela em menos de uma hora. Quando chamei as modelos para posar eu queria pintar pelo menos dois quadros de cada uma.


Acho que a partir do quadro passado eu já tenho um pouco de capacidade pra melhorar mais se eu praticar este ano. O que é um problema: praticar quando as aulas voltarem! Aquarela é bem rápido, em um ou dois dias eu termino uma bem elaborada, já este da Camila foram pelo menos 5 ou 6 dias de trabalho, o que eu achei bem rápido para uma pintura mais tradicional.


A primeira tela da Camila foi em um chassi que eu aproveitei e troquei a lona. Logo o algodão era fino e eu passei algumas camadas do gesso acrílico. Este quadro novo, embora do mesmo tamanho do outro é uma tela comprada no Aleixo e eles sempre fazem com uma lona de algodão bem grossa. Eu até cheguei a passar uma ou duas camadas do gesso acrílico, pois gosto da tela bem lisa. No entanto ainda ficou muito da textura do tecido. Devia ter passado mais umas duas camadas de gesso.


Outra coisa de diferente da outra tela é que a tinta branca usada foi a Flake White da Winton, uma tinta que obviamente é industrializada e que por sinal é super grossa. A outra tela foi feita com um branco de titânio produzido por mim, que era uma tinta bem rala, no entanto muito pigmentada. Por esses motivos esta pintura levou umas camadas bem grossas na pele, o que foi bom, já que a tela é tem muita textura, assim a parte onde está a pele da modelo ficou bem mais lisa que o resto do quadro. É até gostoso usar uma tinta grossa, acho que deixa tudo mais poderoso e forte. Essa ideia de cobrir a textura da uma grande diferença no quadro, sendo assim embora seja um pouco trabalhoso de usar a tinta grossa ainda mais em uma lona com muita textura, o resultado fica melhor do que uma tinta mais rala.


Outra diferença foi que eu fiz o ebauche com sombra queimada neste quadro, já o outro foi um ebauche colorido. Acho que vou passar a trabalhar mais com o ebauche colorido, ainda mais numa tela com muita textura. Um erro que cometi foi que eu deixei muito óleo no ebauche, assim sendo, é uma camada que demoraria mais a secar. Depois eu passei outra camada com o que podemos dizer que seria o começo da pintura, onde trabalhei o fundo, a modelo e os tecidos, ou pelo menos o começo e primeira camada deles. Como não é de se estranhar, por serem camadas menos oleosas, elas secaram mais rápido que a camada anterior, fazendo então um pequeno craquelado. Depois de todas as outras camadas, eu passei uma fina mão de tinta diluída para escurecer e fazer um glaci no fundo. Vamos ver o resultado disso daqui há uns anos. Vou passar o verniz de retoque depois que voltar de viagem e aí entrego ele para a Camila.

Que trabalho que tenho em pintar tecido, ainda mais cetim. mas é aquela coisa, tenho que tirar mais fotos de modelos com cetim para poder praticar. Dessa vez eu não precisei refazer o tecido verde, apenas fiz retoques na camada anterior e deu certo. 


As cores usadas não foram muito diferentes das cores do outro quadro:

Flake White (que na verdade se olharmos a composição é zinco e titânio, antigamente usavam chumbo)
Amarelo ocre
Vermelho de cádmio
Ivory black
Sombra queimada
Azul cerúlio
Terra verde (uma terra verde da Rembrandt e outra da pebeo, já que as cores podem ser diferentes de uma marca pra outra)
Terra de Sienna



Uma coisa meio idiota e ao mesmo tempo legal é que a minha bisnaga de Flake White quase acabou nesta pintura, o ocre da Winton acabou na pintura passada e logo o vermelho de cádmio vai terminar. Você deve está pensando: essa mulher é louca, querendo que as tintas acabem. Porém se pensarmos bem, se a tinta está acabando é porque estou produzindo. Claro que eu não quero desperdiçar material, quero usar da melhor forma possível. 

Se tratando das temáticas produzidas com o óleo, eu ainda estou descobrindo o que quero. Na aquarela eu gosto de trabalhar mundo fantástico e coisas mais criativas, já que é um material em que tenho mais facilidade e o óleo por ser mais difícil e poderoso, eu ainda estou fazendo estudos para quem sabe poder fazer arte fantástica com a pintura tradicional. Portanto, essas poses clássicas e tecidos estão sendo feitas pois quero aprender pelo menos o básico para depois criar produções mais elaboradas. Além do mais, a tela eu quero um trabalho mai tradicional e com observação nem que seja por meio de fotos, assim dificulta na hora de achar um cenário e roupas.

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