sábado, 5 de abril de 2014

um pouco sobre tinta a óleo e dicas na hora de investir em tinta cara



Oi pessoal

Não abandonei o blog, apenas não produzi quase nada. Comecei outras aquarelas das sereias, mas ainda não estão prontas. Eu não gosto de aquarelar em época de chuva, pois demora muito pra secar.

Eu fiquei um tempo sem usar tinta óleo. Cheguei a preparar uns painéis e comecei a fazer uns retratos, mas travei. Achei que nunca mais iria pintar a óleo, como sempre falo aqui, é sempre um grande desafio um quadro. Além da bagunça e sujeira que faz, eu acho muito difícil. No entanto, é uma meta de vida apender a pintar a maneira tradicional.

Já tinha um tempinho que fiquei sabendo das aulas de pintura realista no ateliê Par de Ideias, mas pensava em fazer essas aulas no futuro. Eis que aconteceu uma situação muito ruim na minha vida e eu decidi ocupar um pouco do meu tempo com algo que não fosse CEUB e UnB. Entrei na aula e estou amando!

Aos poucos eu irei escrever aqui sobre o curso e o que estou preparando. A postagem de hoje é sobre um livro que meu professor de pintura me passou. Fala sobre pintura a óleo e irei escrever aqui um pouco do que ele fala sobre as tintas. É claro que o autor, Parkhust em seu livro “The painter in oil” está explicando materiais de qualidade, ou seja, tintas de linha artística e não linha escolar. Portanto, acrilex, gato preto e águia não cabem muito bem nessas explicações, seus pigmentos não são os mesmos das tintas profissionais e não apresentam as mesmas propriedades, tanto é que a diferença de preço entre tintas nacionais e linhas artísticas é gritante.  É sempre bom a gente conhecer material de linha artística/profissional. A maioria das minhas tintas são essas nacionais, mas também tenho algumas da Winton (winsor & newton) e umas da Maimeri Classic.  Tenho dois brancos da linha artística da Winsor e Newton. É importante conhecer essas tintas profissionais, pois a ente entende melhor suas propriedades e acabamos percebendo que realmente um bom material faz a diferença. O que não quero dizer que você não deve deixar de pintar se só tiver gato preto.

obs: Algumas fotos são das minhas tintas, outras tirei da internet. Sim, minhas tintas estão com embalagem velha, sujas e feias, se alguém quiser me indicar o que fazer pra melhorar, ou como conservar, estou aberta a sugestões. 

Vamos lá! Ele começa falando sobre os BRANCOS:






O branco de zinco é o único branco permanente (que vai durar por muitos e muitos anos), no entanto ele não é tem muita massa, se é que vocês me entendem e também é pouco utilizado pelos artistas. Os brancos de chumbo: flake, silver, cremmitz, irão ficar mais escuros com o tempo, amarelam com o óleo e podem mudar as características do pigmento. O branco de zinco tem a desvantagem de craquelar com mais facilidade. O autor afirma que não temos brancos perfeitos e praticamente você deve considerar os brancos de chumbo como permanentes. Uma observação minha é que o branco de zinco é mais transparente que o branco de titânio e outros brancos, o que pode ser uma vantagem em alguns casos.
Antes que me esqueça, vocês vão perceber que tem muitos nomes de cores em inglês pois não acho a tradução correta e muita gente também só conhece o nome de certa cor em inglês.

AMARELOS






O cadmio é permanente, o brilho dele é muito bom para a pintura moderna e se não for usada uma tinta permanente, logo a pintura perde a qualidade da tinta usada.  Os cromos são menos permanentes. Os amarelos esverdeados (amarelo limão por exemplo), perdem seu brilho com o tempo, diferente do cádmio. Verdes e amarelos feitos pela mistura de cromo estão aptos a ser brutos em comparação com aqueles em que o cádmio é utilizado na mistura. O strontian yellow é permanente e é também, de acordo com o autor, o amarelo claro (light yellow) mais utilizado pelos artistas, embora eu nunca tenha ouvido falar. Os artistas costumam gostar muito dele e do amarelo de cádmio claro (pale cadmium) e pode ser utilizado no lugar deste segundo, caso seja necessário. Ambos são caros e com a mesma faixa de preço.



O amarelo de Nápoles é um pigmento bem antigo, foi muito utilizado pelos mestres da pintura e até hoje é bastante usado. É um pigmento durável e seguro.

OCRES




Pigmento antigo e seguro. É um pigmento natural (terroso) e contém ferro.

SIENNAS, BURT E RAW



Iguais aos ocres, terrosos, seguros e antigos.

UMBER

O mesmo dos ocres, siennnas, burt e raw, são seguros, permanentes e antigos. Podem servir como amarelo na hora de fazer misturas. Por exemplo, o marrom de umber e siena se misturados com azuis, ficam verdes. A cor sombra queimada e sombra natural fazem parte dessa categoria de umber e raw.

INDIAN YELLOW (amarelo da India) E YELLOW LAKE

De acordo com o autor, elas devem ser evitadas no caso de pinturas figurativas. Não entendi o motivo.

VERMELHOS


vermelion puxado pro laranja -cor mais aberta

vermelion puxado pro azul - cor fechada


Os vermelions são permanentes se forem bem produzidos. São bem encorpados e poderosos. Existem dois tipos, o chinês que é um vermelho com um toque azulado, isso significa que ele tem um tom mais fechado, como se tivesse um pouco de azul na mistura; e o Scarlet e o Orange vermelion, que são vermelhos amarelados, quero dizer que puxam mais para o laranja. Ambos são muito úteis para fazer misturas.



O red light é escuro, quente e amarronzado. É terroso e tem a mesma permanência dos ocres. Tem mistura segura com qualquer cor.

MADDERS (garança) – rose, pink, purple e madder




São os púnicos vermelhos transparentes que são permanentes. Não devem ser confundidos com os lakes, que não são nada seguros. A princípio aparentam ter a mesma cor, mas os lakes desaparecem rapidamente. Os madders costumam ter o dobro do preço dos lakes, mas o autor indica que é melhor pagar a diferença por conta da qualidade.

LAKES – Scarlet, geranium, crimson e purple



De acordo com o autor todos são ruins. Depois vou perguntar pro professor porque ele colocou o alizarim crimson na lista de materiais. Tanto os madders quanto ao lakes demoram a secar.

AZUIS



O azul ultramar foi bem usado pelos mestres da pintura e hoje não são tão utilizados por conta do custo. O ultramar artificial não tem a mesma pureza da cor, mas é igualmente permanente e também é digno de ser utilizado. Tem a cor igual ao lápis lazuli. O azul ultramar francês é menos claro e vivo, mas é um esplêndido azul escuro e muito utilizado pelos artistas. O chamado azul permanente não é tão permanente como diz o nome, mas até que apresenta uma permanência boa.

AZUL COBALTO E CERULAN BLUE



São dois pigmentos, um claro e outro escuro, ambos feitos do óxido do metal cobalto. No óleo eles são permanentes e não mudam se forem misturados com outras cores. Para tintas delicadas, quando os tons são sutilmente cinza, ainda sendo cores primárias, o cobalto é indispensável, sempre será preciso ter ele na paleta. O cerulam blue é menos importante que o cobalto, mas num ambiente muito claro ou de um azul delicado, o cerulan é frequentemente utilizado para conseguir esse efeito.

AZUL DA PRÚSSIA



É um azul muito bonito com um toque esverdeado. Embora eu tenha uma aquarela da winsor e newton (pigmento bom) que não consigo ver esse toque esverdeado. Tanto o autor quanto eu reparamos que ele tem sim um toque esverdeado, embora a minha aquarela azul da prússia não tenha. Possui profundidade e poder. No entanto, não é um pigmento confiável, ele pode variar dependendo das condições e da luz. Uma pena que não são permanentes e o autor aconselha evitar o uso dessa cor.

O índigo tem um pouco de cinza que é bem vindo as vezes, mas não pode ser utilizado junto com cores com permanência moderada.

PRETOS




São classificados como azuis, pois fazem verde quando são misturados com amarelo. Se considerarmos como azul, eles são densos e negativos e não podem ser utilizados com muita liberdade. Todos os pretos são permanentes. De acordo com o autor, o ivory black tem um tom avermelhado, embora eu nunca tenha reparado nisso, ainda não tenho esse treinamento do olhar e também não tenho um preto de linha artística. 


O blue black é mais fraco, mas fica roxo, o que é uma vantagem. Não conheço essa cor, vendo essa foto eu não consideraria como preto, mas vou seguir aqui as coisas que o autor fala.

VERDES



Existem muitos verdes no mercado e de vários graus de permanência, mas não é necessário falar de todas as cores. O viridian e/ou verde esmeralda (até hoje não sei se são a mesma cor ou se são cores bem parecidas) é o mais escuro e frio dos verdes e é permanente. O verde esmeralda, de acordo com o autor é o mesmo que franch Veronese green e é geralmente permanente, mas não é tão permanente e perde o brilho com o tempo.



O terre verte (terra verde) é uma cor bem fraca e fica mais escura com o tempo. É muito utilizada com o ivory black. É uma boa cor para fazer veladuras.



Os verdes de cromo (chrome greens), como o brunswick green, cinnabar e zinnober greens são ruins. São bons para colorir, mas não são duráveis e pode ser melhorado adicionando amarelos e azuis.

OUTRAS CORES



O autor diz que é melhor criar as outras cores do que comprar tubos prontos, como o caso dos roxos e violetas. É importante ter cores seguras como os terrosos e criar suas combinações.

LISTA DE CORES PERMANENTES

Amarelo de cádmio, vermelho de cádmio, laranja de cádmio, cadmio yellow pale, strotioan yellow, yellow ochre, rome ochre, transparente gold ochre, raw sienna (terra de siena), burt sienna, raw umber (sombra natural), aureolin, chinese vermelion (vermelho chinês), scarlet vermelion, orange vermelion, pink madder, purple madder, madder carmine, Rubens madden, ultramarine blue brilliant, ultramarine blue franch, permanente blue, cerulan blue, ivory black, blue black, viridian, verde esmeralda e terre verte.


O autor diz que você pode trabalhar bem com essas cores juntas e pode criar muitas outras cores. As melhores cores são as mais caras, portanto é bom investir mais em cores permanentes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário