terça-feira, 10 de setembro de 2013

Stourhead e os jardins ingleses

Oi pessoal!
Nesse semestre peguei a disciplina mais linda do universo! Paisagismo!!!! Finalmente uma disciplina legal e com muitos desenhos! Além disso, a teoria e história são legais de ler.
Nosso primeiro trabalho foi sobre o histórico dos jardins e do paisagismo. Vimos um pouco de cada um: jardins orientais (chineses e japoneses), islâmicos, renascentistas, franceses (FORMAIS), ingleses (NATURALISTAS), americanos, ecléticos, modernistas, modernista brasileiro (Burle Marx) e etc.
O nosso primeiro trabalho foi fazer uma prancha com duas perspectivas e uma planta baixa de um tipo de jardim. Eu fiquei de fazer o meu favorito, o jardim naturalista inglês. Além do mais, tínhamos que escrever um texto explicativo.
Vou postar aqui o texto, os desenhos feitos com canetas de nanquim e algumas fotos lindas do Stourhead.





 
Os jardins franceses (jardins formais) tiveram forte influência na Europa, em especial as grandes expansões de Versalhes e Vaux-le-Viconte. Logo as características dos jardins formais chegaram à Inglaterra, como Hampton Court (1699), Longleat (1685-1711) e Chatsworth (1689-1690). Porém, o relevo da Inglaterra não era plano como o francês, era preciso fazer adaptações, já que os jardins formais tinham formas bem rígidas, o que não daria certo com nas ondulações no revelo inglês.
A vida campestre, córregos serpenteantes, grupos soltos de árvores e caminhos sinuosos tinha grande valor ao gosto inglês, porém eram inadmissíveis na concepção formalista do jardim francês.
Historicamente a França e Inglaterra eram nações inimigas. A Inglaterra havia perdido a guerra de 100 anos contra a França, sendo assim, o que remetia á aristocracia francesa não era bem visto pelos ingleses. O rigor geométrico e formal era associado ao poder absolutista, o que entrava em contradição com o espírito liberal inglês.
A paisagem passou a ser tratada de forma que remetia as terras aos arredores das cidades, que pertenciam aos aristocratas. Há então um espírito de admiração a natureza. O movimento romântico exaltava as belezas naturais. Ruinas clássicas passaram a fazer parte dessa ideia nova de jardim naturalista.
 
 
No século XVII, o comércio com o oriente fez com que os ingleses tiverem mais um referencial de jardim. Os jardins orientais eram repletos de formas sinuosas e naturais. Os lagos eram dispostos de formas orgânicas, diferente da rigidez geométrica dos jardins formais.
Assim foi criada na Inglaterra uma nova maneira de se tratar a paisagem, o Landscape Gardening, produto do movimento romântico que forjava novas formas de configuração do espaço. Os jardins passaram a ser construídos com características naturais, baseadas em observações diretas da natureza.  Esse tipo de jardim ficou conhecido como “jardim, romântico”, “jardim naturalista” e “jardim paisagístico”. As árvores passaram a ser dispostas em grupos e caminhos e espelhos d'água foram dispostos em formas sinuosas. Uma grande inovação deste período foi a eliminação da barreira entre jardim e paisagem. Uma das técnicas era a cerca embutida no solo, os “ha ha”, que forneciam barreira fisicamente, não visualmente.
O Landscape Gardening  ganhou popularidade pelo mundo, até mesmo na França.
Stourhead (1743) é um jardim inglês que foi desenhado por Henry Hoare. Ele está num vale onde um riacho é represado. O jardim contém ruínas do império romano (influência do movimento romântico) que fazem alusões a cenas mitológicas. Um exemplo é a estátua de netuno dentro da gruta, uma tentativa de criar ilusão de reino aquático subterrâneo. Há caminhos em volta do lago para que possamos apreciar muitos elementos da paisagem.  O jardim era arranjado com as regras de pintura de paisagens.





 
Como eu amo folhas de bordo!






 



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